Laboratório de Inovação Financeira estuda novos investimentos em Negócios de Impacto no Brasil

O mercado financeiro mundial tem procurado dinamizar e desenvolver os investimentos em negócios sociais. O Brasil está começando a criar metodologias e estratégias próprias para se adequar a esse movimento, uma delas é a criação do Laboratório de Inovação Financeira (LAB) tema da primeira reunião deste ano do Grupo de Trabalho de Negócios Sociais do Fórum de Desenvolvimento do Rio. O encontro, realizado nesta sexta-feira (27/04) no auditório do Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Rio de Janeiro (CRC-RJ), contou com a participação do coordenador de educação financeira da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Claudio Maes, e com o gerente sênior da SITAWI-Finanças do Bem, Rob Parker.

Criado em 2017, o LAB tem prazo de duração de três anos podendo ser estendido. O projeto serve como ponte entre entidades governamentais, setores financeiros, empresas privadas e ações sociais com o objetivo de expandir o desenvolvimento financeiro sustentável no Brasil. É integrado por um fórum multisetorial que funciona como apoio para campanhas, ações e buscas por investimentos.

“A ideia é criar um ecossistema de negócios sociais e de impacto que funcione dentro da realidade do mercado brasileiro. O objetivo desse projeto é o desenvolvimento financeiro sustentável. Para isso, investidores apostariam em ações sociais e ecológicas locais e usariam as ferramentas típicas do mercado para viabilizar esses programas. A ideia é que o setor privado passe a conduzir e apoiar projetos que impactam positivamente nos resultados das políticas públicas”, explicou o coordenador.São 4 grupos de trabalho que atuam dentro do Laboratório: financias verdes, fintech, títulos verdes e Investimentos Financeiros e de Impacto. E todos eles têm como foco oferecer produtos com valor social como, por exemplo, a descarbonização da energia brasileira, a geração de energia eólica, o empoderamento feminino e a capacitação de moradores de rua e sua inserção no mercado de trabalho. Os temas são propositalmente diversos com o intuito de atrair diferentes modelos de empresas e investimentos.

Durante a reunião, a SITAWI, organização social voltada aos interesses públicos, também apresentou os projetos que ela desenvolve no modelo de Contrato de Impacto Social (CIS), mecanismo de pagamento por resultados para a execução de serviços sociais e que já está sendo modelado no estado do Ceará para promover a desospitalização de doentes crônicos.


“O papel da organização é analisar dados e pesquisas com o intuito de identificar problemas locais. Em seguida é realizado um edital na busca por organizações ou projetos sociais que possam encontrar uma solução para o caso. Com esse plano em mãos, a SITAWI começa a sua busca por investidores capazes de financiar o projeto. O último passo é articular com o governo e com esses investidores para organizar uma forma de pagamento viável”, afirmou Rob Parker.

Para a secretária geral do Fórum, Geiza Rocha, o encontro permitiu o intercâmbio do GT com os debates que estão ocorrendo em nível federal.
“Trazendo essas duas experiências é possível buscar soluções para o setor público olhando para as finanças sociais e para o aporte de dinheiro em projetos de impacto social de investidores não só do país como também do mundo. E o que o Fórum pretende é ser um hub para receber as sugestões de marco legal que precisam ser criadas em nível estadual para viabilizar essas modalidades de investimentos”, finaliza.


 

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