Pesquisa usa hidrogéis para tratamento de água nas indústrias

Na última década, o uso dos hidrogéis foi sendo aperfeiçoado e suas aplicações melhoradas como se pode comprovar com o tratamento de efluentes na indústria química, removendo corantes e metais pesados para reuso da água a partir da adoção do material. Essa técnica foi desenvolvida por pesquisadores da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), de Sobral, no Ceará.

Formados por polímeros tridimensionais, esses hidrogéis são capazes de absorver e reter moléculas de água e contaminantes. Nas indústrias químicas, o material tem a função de remover corantes e metais pesados para a possibilidade de reutilização da água. Se comparado ao carvão ativado, o uso dos hidrogéis se torna mais eficaz e barato, reduzindo os custos de produção.

O desenvolvimento desse material atende à preocupação mundial, já que os efluentes industriais têm alto grau de toxidade e, segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o descarte sem tratamento tem impacto nos recursos hídricos, na saúde humana e no meio ambiente. Ainda assim, os estudos continuam para determinar a viabilidade do uso dos hidrogéis em grande escala. A expectativa é de criar maior competitividade no mercado de tratamento de efluentes industriais.

De acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), o Brasil gerou 1.065 m³/s de águas residuais, divididos entre abastecimento humano urbano (402 m³/s), irrigação (340 m³/s), indústria (277 m³/s), pecuária (27 m³/s) e abastecimento humano rural (19 m³/s). Segundo o Relatório Mundial das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos 2017, 80% das águas voltam para a natureza sem serem tratadas.