O jovem empreendedor brasileiro é do sexo masculino, tem idade entre 26 e 30 anos, ensino superior completo, é microempresário com apenas uma empresa no nome e faturamento anual entre R$ 60 mil e R$ 360 mil, além de ter a vontade de investir em um novo segmento de negócio. Os dados foram levantados por uma pesquisa realizada, em 2015, pela Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Conaje), em parceria com a Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios.
A pesquisa foi realizada em 26 estados e no Distrito Federal por meio de questionário online e contou com a participação de mais de 5 mil jovens, com idade entre 18 e 39 anos. Apesar de se sentirem pessimistas em relação ao cenário político e econômico do Brasil (54%), 25% investiram em uma empresa por identificarem uma oportunidade de negócio.
Segundo o presidente da Conaje, Fernando Milagre, “a proposta é identificar qual é a realidade do jovem empreendedor brasileiro e permitir, com base nos resultados, que instituições possam realizar ações e projetos, além de cobrar políticas públicas para o jovem empresário no país”.
A maioria dos participantes revelou que a elevada carga tributária (58%), burocracia (23%) e legislação (8%) são os principais desafios externos à atividade. Os dados mostram também que 86% não se prepararam para empreender e 23% não buscaram nenhum apoio para a abertura ou crescimento da empresa.
“Estes indicativos trazem, em contrapartida, a reflexão de que há uma eminente necessidade que o país invista em políticas públicas que incentivem o empreendedorismo e o primeiro negócio entre os jovens, como alternativa de geração do auto emprego e renda, sobretudo em tempos de crise onde os índices de desemprego aumentam e a perspectiva do jovem se torna limitada no mercado de trabalho”, relata Ananda Carvalho, diretora de Projetos da Conaje.
A diretora acrescenta que é economicamente indiscutível a importância dos jovens empreendedores no país, onde a grande maioria das empresas (70%) responde por empregar até nove funcionários e 21% delas por empregar de 10 a 49 funcionários.
“Estes dados demonstram um importante setor de investimentos para a geração de emprego e renda para a população. Políticas públicas de incentivo ao primeiro negócio, que desoneram o jovem empreendedor durante seu primeiro ano de empreendimento, por exemplo, são estratégias que, se tomadas anteriormente, poderiam ter sido uma saída salutar para os jovens recém-formados ou em graduação que sofrem com a crise do desemprego”, finaliza.
O Rio em Foco debateu o impacto da crise no estímulo ao empreendedorismo. O gerente de Grandes Empreendimentos do Sebrae-RJ, Renato Regazzi, e o coordenador do curso de “Empreendedorismo e Desenvolvimento de Novos Negócios” da Fundação Getúlio Vargas, Marcus Vinícius Cury, falaram sobre os cuidados que precisam ser tomados e a necessidade de se informar sobre o negócio antes de investir. Confira abaixo.