“Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia será criado até dezembro deste ano”, afirma Augusto Raupp

O estado do Rio de Janeiro está vocacionado a produzir ciência, tecnologia e inovação, porém os entraves para o desenvolvimento dessa capacidade ainda são muitos. Para ampliar o debate sobre os limites e as possibilidades do Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação para o estado, representantes dos governos federal, estadual e municipal, além de instituições como Firjan, o Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec) e o Fórum de Desenvolvimento do Rio, se reuniram, no dia 4/10, no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em busca de ações conjuntas.

Mediado pelo diretor executivo do Parque Tecnológico, José Carlos Pinto, o evento levantou uma reflexão mais profunda sobre a importância da inovação caminhar em paralelo à competitividade econômica. “Nossos entraves estão na fragilidade do marco legal, agências de fomento pouco fortalecidas e política fiscal incipiente”, explicou o diretor (Veja a apresentação aqui).

Subsecretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Social do Rio de Janeiro, Augusto Raupp, acredita que a mobilização conjunta dos poderes legislativo e executivo pode resultar em grandes avanços. “Uma questão importante que está na agenda é a criação do Conselho Estadual de Ciência Tecnologia e Inovação, que garante a continuidade das políticas”, afirmou Raupp, garantindo que o conselho estará em atividade até dezembro.

“O Fórum vem debatendo a política estadual de inovação desde 2008 e o que fica claro é que há medidas de curto prazo que já ajudam de imediato a estabelecer uma visão sistêmica do ecossistema de inovação. Uma delas é a criação do Conselho”, comemorou a secretária-geral do Fórum, Geiza Rocha (Veja a apresentação aqui).

Sobre o fortalecimento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), também foi evidenciada a necessidade de criação de novos editais em parcerias com as empresas. O analista de inovação da Firjan, Fabiano Galindo, citou projetos de grandes e pequenas empresas que se desenvolveram graças a estes editais. “Precisamos construir juntos este ambiente e é neste sentido que nos colocamos neste evento e em todas as ações que desenvolvemos junto ao Fórum”, afirmou.

No âmbito municipal, a secretária municipal de Desenvolvimento, Emprego e Inovação, Clarissa Garotinho anunciou que está “no forno” a Lei Municipal de Inovação. “Um dos objetivos dessa lei é conceituar e definir as figuras do ambiente de inovação, que ainda não estão determinadas na legislação. Isso é mais um passo para ajudar a nossa cidade a empreender. É preciso melhorar o ambiente para inovar no Rio de Janeiro”, afirmou a secretária. Segundo ela a novidade da legislação é a criação dos Arranjos Produtivos de Inovação. “Um dos locais que estamos querendo incentivar é o porto do Rio”, adiantou.

Também participaram do encontro o diretor da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), Raimar van den Bylaardt; o deputado federal Otavio Leite; e a vice-presidente do Fortec, Shirley Coutinho.

Próximos passos

Ao final do evento a secretária-geral do Fórum, Geiza Rocha, convidou o público para participar da próxima reunião da Câmara Setorial de Tecnologia que ocorrerá no dia 7/11, às 10h, na ALERJ. “Iniciativas como a do Parque Tecnológico são muito importantes para colocar todos numa mesma página. Nosso intuito é agregar mais atores ao nosso grupo e junto com a Sectidis avançar no debate do novo marco legal estadual, incorporando os avanços da legislação federal”, finalizou.