Para especialistas, avanço do ambiente de inovação do estado depende de aproximação entre universidade e empresas

Promover a inovação e o desenvolvimento tecnológico está entre as propostas das indústrias fluminenses que visam a transformar o Rio de Janeiro no melhor ambiente de negócios do país. Esse é um dos objetivos do Mapa do Desenvolvimento, elaborado para servir de instrumento vivo na construção de um Rio de Janeiro mais forte. A publicação do Sistema Firjan possui três eixos relativos à tecnologia e inovação, desmembrados em 13 ações que foram apresentadas nesta terça (23/05) durante a reunião da Câmara de Tecnologia, realizada na Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro. O fortalecimento do ambiente de inovação, o seu fomento e o acesso às linhas de financiamento foram definidos como temas estratégicos para o desenvolvimento desse ecossistema no estado.

Segundo Gabriela Padilha, coordenadora de projetos de inovação da Firjan e responsável pela apresentação, em época de recursos escassos como agora é preciso reunir os atores na identificação das ações que podem ser feitas em conjunto para que o Rio de Janeiro avance nas questões relativas à inovação e ao desenvolvimento tecnológico. “A ideia do mapa é trazer uma agenda da indústria, com foco na inovação, das ações que podem ser desenvolvidas no âmbito estadual para fortalecer esse ecossistema. São 13 ações dentro do contexto de gestão empresarial e dentro delas já levantamos temas do que podemos avançar juntos. Fizemos um levantamento dos principais gargalos da inovação no acesso aos recursos  e ações de empreendedorismo, como a desenvolvida junto ao SENAI para conhecer mais profundamente esse meio até chegarmos na aceleração de empresas com base tecnológica, usando a infraestrutura do SENAI no apoio”, explicou Gabriela.

A aproximação entre empresas, universidades e centros de pesquisas também foi citada como ponto fundamental para alavancar a competitividade da indústria. fluminense. “Todos os núcleos de inovação têm como missão principal transferir conhecimento para a sociedade. A maioria das pesquisas no Brasil é feita com dinheiro público, e o resultado precisa reverter para a sociedade. É muito difícil lidar com resultado de pesquisa que não tem mercado nem produto. É um trabalho que precisa ser feito em conjunto com as empresas, que é quem vai usar. Inovação só ocorre quando o produto está no mercado e há consumidores para o produto. Sem isso não existe inovação”, disse Shirley Coutinho, vice-presidente do Fortec, que destacou que no Brasil 70% dos doutores estão trabalhando no governo e nas universidades, enquanto no resto do mundo esse mesmo percentual encontra-se nas indústrias.

O próximo passo da Câmara de Tecnologia do Fórum de Desenvolvimento do Rio será criar um grupo de trabalho para desenhar um evento que reunirá exemplos de boas práticas na divisão de patentes entre universidades e empresas, além de reunir os agentes jurídicos dessas instituições e as procuradorias na solução dos gargalos que ainda emperram o desenvolvimento do ambiente de inovação no estado. O próximo encontro do grupo está marcado para o dia 20 de junho.

“O Fórum vem acompanhando a regulamentação do novo marco federal e quando ele for regulamentado, vamos mergulhar nesse tema para adaptar também a lei estadual de inovação. Vamos também criar um grupo de trabalho para contribuir na discussão de como fazer essa inovação na prática e como aproximar as universidades das indústrias, além de trabalhar na solução  das questões legais e como as procuradorias podem colher boas práticas. Hoje nosso foco é contribuir e mostrar as oportunidades que temos com os parques tecnológicos e universidades instalados no Rio de Janeiro”, concluiu Geiza Rocha, subdiretora-geral do Fórum de Desenvolvimento do Rio. 

 Veja a matéria da TV Alerj - Para especialistas, avanço do ambiente de inovação do estado depende de aproximação entre universidade e empresas

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