Biotecnologia é uma das apostas do estado para retomar competitividade em inovação

A vocação do Rio de Janeiro para a biotecnologia é inegável. Dentre as 240 empresas brasileiras do setor, 13,1% estão localizadas no estado. O Rio ainda possui 19 universidades com cursos de graduação, especialização, mestrado e doutorado, além de 26 institutos de pesquisa e desenvolvimento, 19 incubadoras e três parques tecnológicos, o que amplia as oportunidades para fortalecer esse ecossistema. Para debater o fortalecimento do setor no estado por meio da internacionalização, capacitação e inteligência de mercado o Sebrae, em parceria com o Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec) e com o Fórum de Desenvolvimento do Rio, órgão da Alerj, reuniu empresas do setor e os núcleos de inovação fluminenses. No encontro, realizado nesta terça (21/02) no auditório do Sebrae, também estiveram em pauta o Grupo Executivo do Complexo Industrial das Ciências da Vida (Geciv), e o Programa Startup Bio.

“O Rio de Janeiro tem a maior concentração de doutores do país, sendo um terço deles envolvidos com as ciências da vida, além de 63 cursos de especialização. O BIORIO foi o primeiro parque Biotecnológico da América Latina, em 1986. Mesmo com tantos números positivos, estado é apenas o terceiro no ranking de inovação, atrás de São Paulo e Paraná. Acreditamos ser possível voltar ao patamar de potência na área por meio das parcerias público-privadas”, afirmou Samuel Barros, assessor da secretaria de estado de Ciência, Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento Social. Ele ainda ressaltou que o Geciv trabalhou em seu planejamento estratégico e já atua com metas e objetivos claros, lutando por incentivos tributários e com a intenção de atrair empresas-âncoras em suas parcerias. Barros também citou o Startup Bio, edital de fomento a inovação em biotecnologia com incentivo do Estado e parcerias com laboratórios oficiais e universidades como oportunidades para o setor. “Precisamos mostrar o protagonismo do estado na biotecnologia com a densidade dos institutos aqui localizados. O Geciv veio pra mostrar a importância de se ter um ecossistema apropriado com um ambiente efervescente em inovação”, afirmou Maria Celeste Emerick, conselheira do Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec).

O Sebrae também apresentou aos presentes o Programa de Desenvolvimento Competitivo e Internacionalização da Cadeia Produtiva de Biotecnologia (Prointer), que visa a colaborar no desenvolvimento competitivo sustentável das microempresas do setor, abrindo mercados, capacitando, impulsionando a competitividade das empresas do setor em busca de um melhor posicionamento no mercado interno e externo.

Segundo Miriam Ferraz, gerente do Prointer, a biotecnologia ganha um novo fôlego com a criação e modernização do marco regulatório. Dentre as oportunidades apontadas estão o fato de até 2020, 30% do mercado de drogas serão de produtos biotecnológicos e a possibilidade de o mercado brasileiro, composto por 97% de micro e pequenas empresas em fazer parcerias com as multinacionais do setor. Números apontam que em 2015, ocorreram investimentos expressivos em produtos e desenvolvimento por parte dos governos americano e europeu, na ordem de mais de US$ 200 bilhões.

“A dinâmica de mercado obriga as grandes empresas a buscarem produtos inovadores com maior agilidade.  Atualmente a maior concentração de produção  e inovação vem de startups e/ou micro e pequenas empresas, que por sua vez precisam de investimentos para escalonar sua produção”, explicou Miriam. Veja a apresentação aqui.

Já entre as principais barreiras à internacionalização das pequenas e médias empresas foram apontadas o capital de giro insuficiente para financiar as exportações; as dificuldades na identificação de oportunidades de negócio; o acesso limitado à informação sobre outros mercados; a dificuldade em acessar potenciais clientes estrangeiros; a identificação de representante confiável no exterior; a falta de habilidades gerenciais para lidar com a internacionalização e a falta de recursos humanos qualificados para conduzir o processo. Eliminar esses entraves é um dos objetivos do Prointer que iniciará sua segunda turma em março de 2017. 

 

 

Saiba mais:

Confira nossa série de programas Rio em Foco sobre Biotecnologia!

Internacionalização das empresas de biotecnologia fluminenses é alternativa para o crescimento em 2016