Novas tecnologias para insumos sustentáveis são apresentadas na SNA

O mercado brasileiro de insumos químicos (fertilizantes e agrotóxicos) movimenta cerca de U$ 10 bilhões ao ano, segundo dados da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA). Pensando em reverter esse quadro e de olho numa produção agrícola mais sustentável, a SNA realizou nesta quinta (15/12) um evento em que apresentou novas tecnologias de insumos biológicos visando alavancar esse modelo agroecológico, beneficiando a agricultura como um todo.

 “Estamos em busca de uma agricultura mais limpa, mais sustentável e natural. Reduzir o consumo de insumos químicos é o futuro da agricultura brasileira e necessária para que o Brasil consiga exportar seus produtos, já que o mercado externo é muito exigente nesse sentido. Temos aí uma grande oportunidade de negócios”, afirmou Sylvia Wachsner, presidente da SNA.

O modelo de produção agrícola convencional baseia-se no uso de tecnologias que garantam a produtividade das lavouras com o uso intensivo de adubos químicos e assim a lucratividade. Para os especialistas, essa é uma visão de curto prazo já que desconsidera os limites físicos e biológicos das espécies e do meio natural, assim como o aspecto social da produção, independentemente dos malefícios que causam ao meio ambiente ou a saúde das pessoas.

Na ocasião foram apresentadas soluções tecnológicas nacionais como a adubação biológica, a utilização da biomassa como insumo para fertilidade do solo e o controle natural de formigas cortadeiras. A adubação ecológica, por exemplo, foi desenvolvida em Piracicaba, interior de São Paulo, e permite que agricultor produza seu próprio insumo. Dentre seus benefícios estão a mitigação dos impactos climáticos, melhorando a biodiversidade do solo, além de colaborar com a saúde do sistema como um todo. “Ao utilizar o adubo biológico há uma melhora no solo impactando positivamente na produção com melhora também na eficiência nutricional da planta”, explicou Paulo D´Andreia, diretor de pesquisa e desenvolvimento da Microgeo.

Além das novas tecnologias, o evento abordou a questão da certificação dos insumos feita pelo IBD. “Hoje temos no Brasil cerca de 200 insumos já certificados. Ter a certificação é importante para conseguir exportar além de agregar valor à imagem da empresa e ao produto. Tivemos um crescimento de mais de 40% nos pedidos de certificação em 2015 e cerca de 15% em 2016 mesmo com a crise”, disse Álvaro Garcia, gerente de certificação do IBD.