Jovens sugerem participação dos agentes de Segurança no cotidiano das comunidades

Não é só comida, diversão e arte. Os jovens das comunidades também querem um diálogo horizontal entre o estado e as instituições locais, a mudança da imagem dos agentes de segurança a partir da participação deles em eventos e projetos locais, oportunidades de trabalho próximo de onde vivem. Essas foram as propostas apresentadas no segundo encontro para a construção da Plataforma Juventude Segura, uma iniciativa da secretaria de estado de Segurança Pública, articulada com as secretarias de esporte, lazer e juventude, e de cultura,  ONGs e o Unicef.  O objetivo é contribuir para a construção e consolidação dos direitos de crianças e adolescentes, através da mobilização e articulação de diferentes segmentos governamentais e da sociedade.

 Durante o evento realizado nesta quarta-feira (27/07), os cerca de 40 jovens presentes foram divididos em cinco grupos e distribuídos em espaços da Biblioteca Parque Estadual para debater cinco questões que circularam entre eles., Eles ressaltaram que as políticas de segurança precisam utilizar o esporte, a cultura e a educação como ferramentas para impedir que o jovem abrace a vida do crime.  Essa foi a pauta central do encontro. 

Para abrir a discussão sobre o tema Diálogos Juventude Segura - Políticas Intersetoriais de Esporte, Cultura e Educação, participaram o coordenador de Cultura, Cidadania e Juventude da Secretaria de Estado de Cultura (SEC), Jhonny Barroso, a coordenadora do Caminho Melhor Jovem (CMJ), Karoline Mendez, o diretor executivo do Instituto Bola Pra Frente, Victor Ladeira, a especialista em Segurança, Educação e Desenvolvimento, Samantha Barthelemy, e a articuladora de Juventude do Monitoramento Jovem de Políticas Públicas (MJPOP), na região Sudeste do país, Gleice Morais. “O tempo da juventude é urgente, principalmente quando se trata da juventude residente da favela. Para fazer uma ação de juventude, reunimos muitas pessoas diferentes para pensarmos e discutirmos os nossos desafios”, disse Karoline.

Destacando o programa Favela Criativa, que oferece formação artística aos jovens e formação de gestores culturais, como forma de diálogo entre as secretarias estaduais, Jhonny ressaltou a importância da atividade cultural no resgate de jovens que são seduzidos pela criminalidade nas comunidades cariocas: “A cultura tem o poder de transformar histórias, pode tirar o aquele jovem que está sendo levado para o tráfico e leva-lo para outros caminhos seguros”.

Para Victor, é preciso pensar em soluções para os problemas que envolvem a prevenção da juventude. “Segurança pública envolve a identificação de quem são os atores afetados e quem pode contribuir para compor estratégias. Pensar em política pública é pensar em estratégias”.

Morador do Batan, Wanderson Pereira, de 23 anos tem boas expectativas para a construção da plataforma Juventude Segura como meio de visibilidade para a juventude: “Ainda falta diálogo entre a polícia e a juventude que mora nas favelas. Espero que na criação dessa plataforma, tenhamos mais do que a nossa voz, mais atuação na cidade. Estamos fazendo parte da construção dessa história”.