O Estado de Nova Iorque nos Estados Unidos tem uma meta desafiadora: aumentar em até 50% a proporção de energia limpa e sustentável em sua matriz energética. Para alcançar este objetivo o governo local aposta em políticas públicas agressivas, com investimentos que somam 5 bilhões de dólares. O foco é modernizar e renovar todo equipamento de distribuição de energia, além de conceder incentivos fiscais e implantar políticas mais amigáveis para a geração de energia renovável.
Em evento realizado pela FGV Energia nesta segunda-feira (23/02), na sede da instituição, o presidente do órgão de energia e finanças do estado de Nova Iorque e um dos responsáveis pela idealização do projeto, Richard Kauffman, falou sobre os planos do Estado para atingir esta meta, que incluem descentralizar a distribuição de energia: “As pessoas querem cada vez mais usar energias limpas. Entendemos então que as regulamentações precisam ajudar a criar este ambiente.”
Kauffman explicou ainda como funciona o programa para estimular a geração de energia solar em ambientes residenciais e comerciais através de programas de leasing de equipamentos – empresas privadas fazem o mapeamento de locais onde a instalação de placas solares serão mais eficientes e arcam com a instalação e manutenção do equipamento, vendendo a energia para a rede de distribuição pública. O proprietário apenas paga uma taxa mensal independente da quantidade de energia que utiliza. Nesse programa, o Estado também financia uma parte dos custos de quem quer instalar os equipamentos por conta própria. “O que funciona quando se quer estimular a energia solar é reduzir custos para as pessoas”, afirma Kauffman. Segundo ele, um dos objetivos do governo é ajudar a pessoas que possuem painéis fotovoltaicos instalados a ampliar a sua capacidade. “Isso reduz nossos custos e aumenta nossa capacidade em levar energia para lugares onde há um gargalo na linha de transmissão.”
“ Governo brasileiro deveria tomar a iniciativa”
A pesquisadora da FGV Energia, Lavínia Hollanda, que mediou a apresentação, explica que a regulamentação no Brasil ainda é confusa, o que dificulta a adesão de mais pessoas a programas de microgeração de energia: “Em Nova Iorque a iniciativa veio do governo, com regulamentações e incentivos pensando em engajar pessoas a longo prazo. No Brasil os incentivos ainda são muito tímidos.”
A apresentação de Kauffman pode ser acessada neste link
(Texto de Vinícius Pereira)