Mapear e incentivar os negócios e empreendimentos sociais no estado do Rio. Este é o objetivo do grupo criado pelo Fórum de Desenvolvimento do Rio em reunião na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) nesta sexta-feira (29/01) com a presença de mais de vinte empreendedores sociais. O grupo discutiu as dificuldades enfrentadas pelo setor e estabeleceu um calendário de atividades. “Vamos nos reunir uma vez por mês. O objetivo é criar um ecossistema, ao trocar informações e criar um repositório de dados e pesquisas a respeito do tema. Vamos divulgar um questionário para conhecer os negócios sociais do estado”, disse a subdiretora-geral do Fórum, Geiza Rocha.
A definição de negócio social varia e a nomenclatura também, mas geralmente tratam-se de empresas que tem como missão solucionar um problema social, são autossustentáveis financeiramente e não distribuem lucros. Marina Oliveira, diretora da consultoria Nexo, afirmou que a ideia é manter uma visão aberta de negócio e empreendedorismo social. “Temos nesse universo negócios inclusivos, de impacto social, para base da pirâmide, responsáveis. Qualquer empreendedor que tenha uma atuação com foco socioambiental está convidado para participar do diálogo”, explicou.
Energia Solar
Um dos participantes do grupo lançado nesta sexta-feira é Henrique Drumond, co-fundador da Insolar, negócio social iniciado em 2013 que visa promover e democratizar o acesso à energia solar no Brasil, a começar pelas comunidades do Rio que contam com Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). “Temos um projeto piloto no Santa Marta, em Botafogo. Nossa proposta é promover essa tecnologia no contexto da sustentabilidade, ou seja, proporcionar a capacitação de mão de obra local e uma educação ambiental. Além, é claro, de todos os benefícios da energia solar, uma energia limpa e mais barata”, contou. A Insolar foi convidada pela Shell para participar de uma start-up de energia, a Make the Future, e, assim, vai poder ampliar seu alcance.
Os participantes do encontro fizeram uma lista com os maiores desafios enfrentados na área, que vão servir de ponto de partida para a construção de soluções. Entre as dificuldades apontadas, estão a ausência de legislação específica, o desconhecimento de fontes de financiamento, a falta de apoio, a ausência de capital de giro e financeiro, a falta de profissionais qualificados, a dificuldade de elaborar projetos, a baixa divulgação do conceito na sociedade e a dificuldade operacional de alcançar escala e diminuir custos.
(Texto de Isabella Cabral)
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