Despertar a consciência política e criar um espírito de liderança entre os jovens, esses são alguns dos objetivos do parlamento juvenil, projeto da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro em parceria com as secretarias de Estado de Educação e de Esporte, Lazer e Juventude, que está em sua nona edição. Mas afinal, o que é ser um verdadeiro líder? Nesta quinta-feira (26/11), os jovens deputados participaram de uma dinâmica com o tema “Liderar para o Mundo”, ministrado por Geiza Rocha, subdiretora-geral do Fórum de Desenvolvimento do Rio, e debateram sobre os perfis de liderança e as tomadas de decisão de um verdadeiro líder.
"Esse tipo de curso é muito interessante, principalmente para jovens entusiasmados, como esses que são atraídos por política. Para aprender a liderar os outros, primeiro eles têm de aprender a liderar a si mesmos. A partir de agora eles vão ter a oportunidade de descobrir quais são os seus medos, fraquezas e forças e convencer seus parceiros que estão aqui e depois todas as pessoas que vão estar com eles sobre as mudanças que eles querem ver acontecer no mundo”, disse Geiza.
O deputado Pedro Fernandes (Solidariedade) abriu o encontro frisando a importância dos estudantes serem multiplicadores do aprendizado vivenciado dentro do parlamento juvenil. “É possível ter uma política do bem. A política é um reflexo de nossa sociedade. Vocês têm o dever e a responsabilidade de passarem esse conhecimento que estão tendo aqui e exercerem o que aprenderam”, frisou.
No evento os jovens parlamentares também citaram exemplos de líderes que os inspiram. Nelson Mandela, Dalai Lama, Papa Francisco, Steve Jobs e Ayrton Senna foram alguns dos nomes que surgiram, além de familiares. “Mandela foi um divisor de águas para África do Sul. Ele nos faz lembrar que todos somos seres humanos, que a lei nos garante os mesmos direitos, apesar de ainda haver muita desigualdade”, disse Luãndria Jannotti, do município de Varre-Sai.
O momento emoção do dia ficou por conta dos relatos e experiências de vida, todas impactantes, com exemplos de violência doméstica, assaltos, até intolerância religiosa. “É complicado falar para várias pessoas, principalmente quando é algo pessoal, mas no final sempre tem aquela motivação para que as pessoas saibam que futuramente nossa história possa nos motivar a buscar mais coisas boas e não querer o caminho da mal. Eu quis falar sobre a minha história para que as pessoas pudessem ter outras experiências”, disse Nathan de Souza Raimundo, de 16 anos, representante do Rio de Janeiro, que revelou as vezes que seu próprio pai atentou contra a sua vida, tentando matá-lo quando criança.
“Esse processo de conhecer a si mesmo primeiro é importante porque muitas ideias que nós temos vêm de alguma coisa que a gente viveu e aqui nós temos isso junto com a intensidade da juventude. Tivemos histórias fortes e inspiradoras e acho que todo mundo vai levar para a vida que a gente precisa conhecer um pouco mais das pessoas e não julgar tanto”, completou Geiza Rocha.
Para o deputado Wanderson Nogueira (PSB), coordenador do Parlamento Juvenil, o dia foi aprendizado. “A gente vem aqui para ensinar e acaba aprendendo”, afirmou emocionado.