Em evento realizado nesta sexta-feira, 28/08, com especialistas do setor sobre o futuro do pré sal com na Amcham Rio, o senador José Serra, que é autor do projeto de lei 131/2015, que propõe a revisão da regra da participação mínima da Petrobras na exploração do pré sal, disse acreditar que o projeto deverá ser aprovado no Senado até o fim de setembro. O senador ressaltou que o projeto é importante para estimular e destravar o setor em tempos de crise: "Está claro que a Petrobras hoje não tem condições de arcar com a exploração de todo o pré sal, mas o projeto não tira o seu poder, ela terá prioridade. Só não vai existir mais a obrigação de ser operadora única dos poços."
O projeto tem o apoio de representantes do setor. José Camargo, presidente doInstituto Brasileiro de Petróleo(IBP), defende iniciativa pois acredita que trará de volta competitividade para a empresa "Vamos ter que lidar durante alguns anos com o preço baixo do barril de petróleo. Isso implica em uma redução brutal de custos. A Petrobras precisa focar nos campos que considera estratégico e ser a operadora única também a impossibilita de administrar melhor os custos, o que tira a sua competitividade".
Os participantes do debate também criticaram a política industrial brasileira, Eloi Fernandes, diretor-geral da Organização Nacional da Indústria do Petróleo(ONIP), disse que a exigência hoje na regulamentação do pré sal do uso de conteúdo local, ou seja, a obrigação de até 80% de uso de tecnologia nacional na exploração em alguns campos, não está em sintonia com a capacidade da indústria nacional. "Não temos uma política industrial, somos a favor da indústria brasileira, mas, por exemplo, hoje o valor das matérias primas no Brasil são mais caras do que produtos entregues prontos pela China."
O senador Serra encerrou afirmando que na sua visão a melhor estratégia para a Petrobras era se fragmentar em várias empresas para cada nicho de atuação, se tornando uma holding de várias pequenas empresas. " Assim, se uma empresa não der certo, basta vendê-la ou fechá-la." E que é a favor da privatização da Gaspetro, Transpetro e Br " A Petrobras continuaria a ser principal acionista. A privatização traria dividendos para a Petrobras e mais competitividade para estas empresas".