Conscientização da população sobre o consumo de água pode ajudar a driblar a crise, defende especialista

As antigas estiagens ocorridas nas décadas de 1980 e 1990 em São Francisco, Califórnia, serviram de alerta para o governo e a população. "Nós temos educado nossos consumidores para que eles reduzam o consumo de água.

As antigas estiagens ocorridas nas décadas de 1980 e 1990 em São Francisco, Califórnia, serviram de alerta para o governo e a população. "Nós temos educado nossos consumidores para que eles reduzam o consumo de água. Conduzimos também uma campanha educacional com muito material e propagandas nas emissoras de televisão. Além disso, damos desconto para incentivar a pessoa a economizar", disse Paula Kehoe, diretora de Recursos Hídricos da cidade de São Francisco, que participou do semináirio "Alternativas para o gerenciamento de recursos hídricos: a experiênciia de São Francisco, CA" na sede da Firjan.

Paula Kehoe dividiu as experiências da cidade ao apresentar  os caminhos percorridos para enfrentar a atual crise hídrica que está assolando o estado norte-americano.  Uma das ações realizadas foi estabelecer um canal transparente de comunicação com os consumidores. Esse foi o ponto que mais chamou a atenção do especialista em meio ambiente da Firjan, Jorge Peron. Para Perón, essas medidas feitas pela cidade de São Francisco deixaram claro o que Rio de Janeiro precisa focar e reforçar o planejamento dos recursos da água e entender a sua demanda. "E nesse ponto a informação para população é muito importante. Precisamos manter os consumidores sobre o que está acontecendo", declarou.

Atualmente, as principais medidas tomadas na cidade californiana são de não lavar ruas e calçadas; fazer reparos dos vazamentos em tubulações de maneira mais rápida; reutilizar toda água, evitando o desperdício. São Francisco também começou a utilizar outras fontes, como a de água  de esgoto reciclada e poços subterrâneos que são aproveitados na irrigação de parques, por exemplo. "Melhoramos a  nossa infraestrutura e também identificamos outras fontes de água para não ficar dependente de apenas uma", finalizou a diretora.

Nos últimos anos houve uma redução no gasto da água em São Francisco de 185 para 170 litros por dia. Porém mesmo com esse avanço na conservação hídrica, o objetivo da diretora é reduzir ainda mais, ultrapassando os 10% estipulados pelo governo estadual e chegando a 8%.. O evento  contou com a presença do Cônsul Geral Interino dos Estados Unidos no Rio de Janeiro, Michael Yoder, do presidente o Conselho Estadual de Recursos Hídricos, Décio Tubbs, do pesquisador da  Coppe/UFRJ, Paulo Carneiro, e do coordenador da Rede Indústria de Recursos Hídricos da CNI, Perçy Soares. 

Por Paulo Velloso