Desde 2008, a Faperj disponibilizou mais de R$ 80 milhões em forma de subvenção econômica, recurso não reembolsável, para empresas voltadas para o desenvolvimento de produtos, processos e serviços frutos de inovação tecnológica.
Desde 2008, a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio (Faperj) disponibilizou mais de R$ 80 milhões em forma de subvenção econômica, recurso não reembolsável, para empresas voltadas para o desenvolvimento de produtos, processos e serviços frutos de inovação tecnológica. Mas apesar do investimento, muitas empresas encontram dificuldades para vender seus produtos. A afirmação foi feita pelo especialista em Projetos Tecnológicos da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Fabiano Gallindo, nesta sexta-feira (24/10), durante reunião do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado.
Segundo ele, apesar do apoio da Faperj, o problema ocorre por falta de comunicação, principalmente dentro do Governo. De acordo com Fabiano, apesar de o Rio de Janeiro ser o único estado cuja legislação determina prioridade para empresas inovadoras venderem sua produção para o setor público estadual, entre os 17 estados que possuem leis de incentivo à inovação tecnológica, na prática isso não acontece. “Hoje, temos percebido que mesmo se esse produto ou serviço for concluído com sucesso, não se sabe para quem vender. Esse projeto poderia ser iniciado já com um pedido do próprio governo. Isso é importantíssimo e já há mecanismos para tal”, opinou Gallindo.
Durante o encontro, Gallindo também assegurou que a orientação e capacitação são uma saída, principalmente para as microempresas. “Fizemos uma ação conjunta com o Sebrae e o Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado do Rio, por exemplo, onde capacitamos 25 pequenos empresários que se interessavam em produzir papel reciclado para o Comitê Olímpico Brasileiro. Hoje, 21 desses participam do processo de licitação”, concluiu.
A subdiretora-geral do Fórum, Geiza Rocha, defendeu a aplicação e atuação do Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia, previsto na Lei estadual, principalmente para identificar as prioridades do estado, se possível, em conjunto com as secretarias. Foi sugerido que o Fórum convidasse a entidade para discutir o tema em reuniões futuras. “O Conselho é uma demonstração de que o Estado está, de forma organizada, pensando em como trazer a inovação para dentro do próprio Governo”, afirmou, comentando ainda que editais como o Prioridade Rio da Faperj são fundamentais, mas precisa acontecer de forma orgânica. “Na medida em que o empresário inova um produto que será usado pelo Estado em um primeiro momento, ele também inova para o mercado. Já vimos isso acontecer na área da saúde, por exemplo, que tem uma política industrial mais clara e definida”, frisou.
Texto de Lucas Lima