Fórum debate modelo de desenvolvimento da economia criativa na Região Serrana

Visando mostrar a importância da implantação de um modelo que leve em consideração as vocações dos municípios e seu potencial, o Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do estado do Rio realizou nesta quinta-feira (27/03) a 1ª Reunião da Câmara Setorial de Economia Criativa.

Além de estimular a criação e a imaginação, e viabilizar o desenvolvimento a partir de uma alternativa que supere os gargalos logísticos e de infraestrutura, a economia criativa pode se tornar alternativa para um futuro sustentável das cidades da Região Serrana do estado. Visando mostrar a importância da implantação de um modelo que leve em consideração as vocações dos municípios e seu potencial, o Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do estado do Rio realizou nesta quinta-feira (27/03) a 1ª Reunião da Câmara Setorial de Economia Criativa.

De acordo com o consultor do Instituto Serrano de Economia Criativa (Isec), Sérgio Paiva, “a economia criativa surge como um complemento à atividade tradicional, renovando-a, e levando-a a novos patamares. Ela é uma economia viável, um novo modelo econômico, que pode, de fato, gerar empregos e renda” destacou Sérgio, ressaltando que o modelo pode ser facilmente adaptado, uma vez que não faz uso intensivo de recursos naturais, como a indústria tradicional. "Esta ideia vem mobilizando uma série de atores na região, como governos, sociedade civil e universidades, que se reúnem pela terceira vez este ano em Friburgo para debater a importância da Economia Criativa e de enxergá-la como alternativa para a região", ressalta Paiva.

O III Seminário Internacional de Economia Criativa irá centrar os debates no desenvolvimento da indústria audiovisual e da arquitetura na região serrana. “A partir do momento em que eu tenho um polo audiovisual, posso levar produções para serem realizadas no local, de maneira que os produtores cheguem ao município e tenham uma infraestrutura para ser consumida, ou seja, há a necessidade de uma rede hoteleira, de uma boa gastronomia, e também da utilização da mão de obra qualificada do local”, afirmou Paiva, defendendo que o investimento nesta economia alavanca outros setores, como o turismo tradicional (visitação, contemplação e aventura) e o turismo de negócios.

Além do Seminário Internacional de Economia Criativa, o Isec tem promovido outros eventos para dar visibilidade às vocações da região. Dentre os eventos citados por Sérgio estão a Feira da Terra, o Seminário de Bio Arquitetura, em Bom Jardim, e um festival de cervejas artesanais produzidas na Região Serrana. Segundo a gerente de economia criativa do Sebrae, Heliana Marinho, o Brasil pode usar um método já utilizado na Argentina. "Buenos Aires fez uma escolha e criou distritos criativos, que são casos exitosos. Criou os distritos do design, da arquitetura e do audiovisual, pegando áreas degradadas da cidade e dando uma roupagem nova para esse tipo de escolha, ou seja, a logística que o audiovisual precisa, por exemplo, é diferente da utilizada na arquitetura ou no design. E observando as características desses setores, eles redesenharam os bairros", exemplificou, ressaltando que, dependendo do tipo de escolha, existe um grande plano governamental por trás. "Quer morar no distrito do design, tudo bem, mas se você for design e trouxer o seu empreendimento, você terá exoneração fiscal, além de diversos benefícios, que são utilizados para atrair os empreendedores. Talvez seja o momento de nós caminharmos em direção às políticas públicas de indução para essa economia", concluiu Heliana.

Para a subdiretora-geral do Fórum, Geiza Rocha, a reunião contribuiu para criar sinergia entre as entidades que participam do Fórum com a iniciativa que existe na região serrana. “A economia criativa surge como uma alternativa para os problemas locais, apresentando uma visão direcionada às possibilidades de criação de empregos”, afirmou Geiza, destacando a proposta de utilizar o seminário para criação de uma agenda de políticas públicas que coloque esta alternativa de investir na economia criativa como central para o futuro da cidade. “O objetivo é tornar Friburgo um modelo que possa ser replicado em outros municípios”, apontou a subdiretora-geral.

Estiveram presentes na reunião Magno Tarcísio de Sá, e Francisco José Alves, do CRC-RJ; Paulo Roberto de Matos, do CIEE-Rio; Theresa Jansen, da ABIH-RJ; e Gabriel Pinto e Cristina Couri, da Firjan.