No dia 21/03, a especialista ministrou uma palestra durante a 1ª Reunião da Câmara Setorial de Formação Profissional e Educação Tecnológica, realizada pelo Fórum de Desenvolvimento do Rio, e mostrou que é possível mudar a visão a respeito dos voluntários das Olimpíadas de 2016.
O caminho até chegar ao mercado de trabalho pode ser complicado para grande parte das pessoas, mas para a gerente de marketing e mestre em gestão de megaeventos, Bianca Gama Pena, os eventos esportivos de 2014 e 2016 podem ser uma grande oportunidade para que jovens de 17 a 24 anos experimentem e definam seu futuro profissional. Nesta sexta-feira (21/03), a especialista ministrou uma palestra durante a 1ª Reunião da Câmara Setorial de Formação Profissional e Educação Tecnológica, realizada pelo Fórum de Desenvolvimento do Rio de Janeiro, e mostrou que é possível mudar a visão a respeito dos voluntários das Olimpíadas de 2016.
Baseando-se no trabalho realizado pelos organizadores dos Jogos Olímpicos de 2012 e nos Jogos de Inverno em Vancouver, Canadá, em 2010, Bianca mostrou que com um programa de orientação vocacional e um treinamento semiprofissinalizante, voluntários de grandes eventos conseguem ter acesso ao mercado de trabalho com mais facilidade.
De acordo com a gerente de marketing, o legado será o ponto forte desses eventos. “Se a sociedade civil organizada se engajar podemos mostrar aos voluntários que o megaevento é um celeiro para que eles possam aplicar as experiências adquiridas nesse programa de treinamento. É um legado para 2017. Ou seja, o evento vai passar, mas este legado vai permanecer”, afirmou, reforçando que a participação das universidades, do poder público e da iniciativa privada é fundamental para que isso se torne possível.
“Nós precisamos dessa rede colaborativa, pois o Comitê (Olímpico Brasileiro) não tem condições de fazer isso sozinho. A percepção do voluntário irá continuar caso não tenhamos um plano de capacitação, que mostre que ele está envolvido antes, durante e depois dos Jogos, então há um comprometimento de toda essa cadeia de empregabilidade e profissionalização do voluntariado”, destacou.
As exériências anteriores apontam para esta percepção de baixa valorização do voluntariado. Segundo Bianca, dos que participaram dos Jogos Pan-Americanos de 2007 entrevistados, 73% afirmaram que não participariam do voluntariado novamente. Uma das falhas apontadas foram as 16 horas de treinamento disponibilizadas, que, segundo ela, não tiveram nenhuma preocupação com uma futura colocação profissional. O erro acabou dando origem à desistência de grande parte do voluntariado, que retirou seu kit sem aparecer para trabalhar no evento. "Há, no histórico dos megaeventos esportivos, um número enorme de voluntários importados, que vêm de outros países trabalhar", explica Bianca.
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Segundo a subdiretora-geral do Fórum, Geiza Rocha, para a próxima reunião, que será realizada no dia 11 de abril, o Fórum tentará a presença do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para apresentar o modelo de treinamento dos voluntários que será usado nos Jogos Olímpicos do Rio. “A ideia ao reunir os representantes das entidades que compõem o Fórum para pensar no tema é mobilizá-los para atuar em parceria com o Comitê na formação destes voluntários”, concluiu.
Estiveram presentes na reunião os representantes da Adesg-RJ, Aileda de Mattos Oliveira e Fausto de Bessa Braga; Heitor Soares Mendes, do Cefet-RJ; Paulo Alcântara Gomes, da Redetec; Ricardo Nogueira, da Sescon-RJ; Melissa Fernandes, do IBP; Sérgio Vianna, do Fetranscarga; Edmilson Monteiro, da Uezo; Ana Rosa Bonilauri, da Festranspor; Júlio Mafra e Demo Morani, da ABE; Cintia Rodrigues e Leonardo Lugão, da Seeduc; Maria Helena Furtado, da SNA; Irapuan Neto e Robson Carneiro, da ACRJ; Cristiano Tebaldi, da Ucam; e Sideise Eloi, do SindRio.
Leia também: Materia publicada no site da ALERJ sobre a reunião: http://www.alerj.rj.gov.br/common/noticia_corpo.asp?num=46757
Texto de Yuri Gerstner