Associação defende fomento a empresas de construção pesada no Rio

A necessidade de fomentar a atuação de empresas de infraestrutura e construção pesada sediadas no estado foi defendida pelo presidente executivo da Aeerj, Luiz Fernando Santos Reis, durante reunião do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado.

A necessidade de fomentar a atuação de empresas de infraestrutura e construção pesada sediadas no estado foi defendida pelo presidente executivo da Associação de Empresas de Engenharia do Estado do Rio (Aeerj), Luiz Fernando Santos Reis, durante reunião conjunta das câmaras setoriais de Tecnologia e de Infraestrutura e Logística do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado. O encontro foi realizado nesta terça-feira (18/03). Reis salientou que a entidade irá procurar a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) e a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico para discutir medidas para esta retomada.

Outrora responsáveis por grandes obras como o Aterro do Flamengo, o túnel Rebouças e o elevado da Perimetral, as grandes empresas do setor sediadas no estado do Rio perderam espaço para as de outros estados nos últimos anos, e acabaram por fechar as portas ou migraram para outros ramos, como por exemplo, a administração de shopping centers. Para Reis, o fomento às remanescentes é necessário justamente por conta do aumento da demanda, oriunda dos grandes eventos, e o crescimento dos investimentos federais no estado.

Ele explicou que o longo período sem investimentos sufocou as empresas fluminenses e essas perderam espaço para empresas dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, que além de incentivos dos governos locais, buscaram se qualificar de forma permanente. "Das 25 maiores empresas de infraestrutura do País, apenas uma é originária do Rio, e para mudar essa perspectiva é necessário um processo conjunto entre o governo e essas empresas, para que as oportunidades que irão surgir não fiquem na mão apenas das empresas de fora", salientou.

Além da qualificação, outro ponto debatido foi a política de incentivos para o setor. Para Reis, essa 'ajuda' poderá vir de duas formas. “Vamos tentar, junto ao Governo, dar uma forma de incentivo às empresas do estado do Rio de Janeiro para a sua qualificação e para garantir a sua sobrevivência no mercado”, definiu.

Mencionada pela professora do Instituto de Economia da UFRJ, Lia Hasenclever, a indústria de petróleo serviu de exemplo e modelo para a comparação com o setor da construção civil. Para Reis, a indústria petrolífera necessita do setor para o seu crescimento. “Para se desenvolver, a indústria do petróleo precisa de fábricas, de estradas para acessar o porto, de estaleiros para acessar o navio, além de toda uma infraestrutura que quem faz são as empresas de construção. A Petrobras foi o grande indutor do desenvolvimento na engenharia brasileira, criando todas as exigências de qualidade e meio ambiente, e isso só fez melhorar a qualidade do nosso produto”, concluiu.

Para o presidente da Redetec, Paulo Alcântara Gomes, presente ao debate, a falta de projetos é o grande problema da atual situação das empresas do Rio de Janeiro. “Não vejo falta de qualidade no Rio de Janeiro. Nossos engenheiros são muito fortes, não temos um processo claro de desenvolvimento do estado. Temos pessoas, mas não temos projetos”, afirmou.

A secretária-­geral do Fórum de Desenvolvimento do Rio, Geiza Rocha, avaliou que o debate mostrou duas realidades, a industria da construção e a do petróleo, e o papel do estado e dos empresários para alavancar ações nestes setores. “Não se trata de um processo para beneficiar as empresas fluminenses, mas de reestruturá-las. O importante é a gente lançar um olhar histórico e ver que o Rio de Janeiro já foi protagonista, já teve grandes empresas no setor e ter clareza sobre o que tem que ser feito para retornarmos a este patamar”, relatou Geiza, defendendo que o boom de investimentos no estado estimula o debate.

Participaram também da reunião os representantes Sérgio Vianna, da Fetranscarga; o superintendente da Onip, Carlos Camerini; Manoel Pinto, da Adesg; Melissa de Moura Fernandez, da IBP; e Gabriella Rossi, da UFRJ/Poli. A próxima reunião da Câmara Setorial de Infraestrutura e Logística será no dia 1º de abril, às 10h. 

 

Yuri Gerstner com Ascom ALERJ (repórter Fabio Peixoto)