Fórum prepara evento sobre transformação de lixo em energia

Para encontrar meios de estimular a implantação de usinas de geração de energia a partir do lixo no País, o Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio está preparando um evento que deverá ser realizado em novembro.

Cada brasileiro produz em média 1,1kg de lixo/dia e 49% desse lixo é depositado nos chamados lixões sem nenhum tipo de tratamento, causando danos irreparáveis ao meio ambiente. Em vez disso, este lixo e o restante, que é depositado em aterros sanitários, poderia estar sendo usado para gerar energia. Para encontrar meios de estimular a implantação de usinas de geração de energia a partir do lixo no País, o Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio está preparando um evento que deverá ser realizado em novembro. "Já temos tecnologias comprovadamente eficazes para dar fim aos aterros e lixões. Mas existem entraves que devem ser vencidos. Nosso objetivo é debater propostas para vencer estes entraves", explica a subdiretora-geral Geiza Rocha, que pretende mobilizar representantes do setor energético para o encontro. 

Um dos problemas apontados na apresentação do presidente do Conselho Empresarial de Energia da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), Edson Tito Guimarães, nesta quinta-feira (05/09), durante a reunião da Câmara Setorial de Energia do Fórum, é o alto custo do investimento e o tempo de retorno, que gira em torno de sete anos. "Estas plantas de geração de energia a partir do lixo são caras. Aqui os municípios são responsáveis pelo manejo do lixo, mas não há orçamento suficiente. Também não existem políticas de incentivo ou financiamento em nível federal para estimular esses processos", explicou.

Uma das saídas debatidas no encontro foi buscar interlocução com o Ministério de Minas e Energia. "Se olharmos o lixo como solução energética e não apenas como uma questão ambiental, sob responsabilidade dos municípios, talvez possamos vencer os entraves de forma mais eficaz", propôs a subdiretora-geral.

Guimarães afirma que o Brasil está muito atrasado na questão e apesar da Política Nacional de Residuos Sólidos determinar que em 2014 todos os lixões a céu aberto sejam desativados, ele não acredita que a meta irá ser alcançada. Segundo o engenheiro, normas internacionais colocam o depósito em aterros como a pior maneira de se lidar com os resíduos, ficando atrás da incineração simples, incineração para geração de energia, compostagem, reciclagem e reuso. Esta sequência definida em 1979, é chamada de "Escada de Lansink", e serviu como base para o planejamento e a gestão dos resíduos em toda a Europa. 

 

Veja apresentação do palestrante