Representantes do Agronegócio reivindicam investimento maior em 2013

Com uma renda per capita rural 30% maior que no restante do País, o estado do Rio precisa de mais investimentos para o agronegócio. Essa foi a principal reivindicação feita por produtores, entidades e empresas durante evento do Fórum de Desenvolvimento do Rio, realizado, nesta quarta-feira (24/10), no Palácio Tiradentes, para a apresentação de um estudo sobre o setor agrícola fluminense.

Com uma renda per capita rural 30% maior que no restante do País, o estado do Rio precisa de mais investimentos para o agronegócio. Essa foi a principal reivindicação feita por produtores, entidades e empresas durante evento do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico, realizado, nesta quarta-feira (24/10), no Palácio Tiradentes, para a apresentação de um estudo sobre o setor agrícola fluminense. Presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), o deputado Paulo Melo (PMDB) abriu a cerimônia, lembrando as melhorias dos últimos anos: “Recuperamos as cooperativas falidas e apresentamos o Projeto Florestal, permitindo o plantio de novas espécies e a exploração de novas culturas, como o eucalipto em áreas degradadas. Ao mesmo tempo, permitimos também a compensação para os agricultores que preservarem o meio ambiente”.

Melo disse também acreditar que “é necessário que a Secretaria de Agricultura possa ter mecanismos de financiamento através de dotação orçamentária e que suporte investimentos, premissas e demandas da categoria”. O estudo, realizado em parceria com a Federação de Agricultura, Pecuária e Pesca (Faerj), o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/RJ), a Secretaria de Estado de Agricultura e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), aponta que 4% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado vêm do agronegócio. O setor movimentou, em 2008, R$ 12,2 bilhões.

De acordo com um levantamento anterior feito pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), o setor participava com apenas 0,4% do PIB fluminense. Através da atual pesquisa, os produtores fluminenses esperam que o orçamento estadual para o setor aumente em 2013. “Essa solicitação, que está consolidada na chamada Carta do Agronegócio, trata da discussão dos temas orçamentários. O momento é adequado, porque é a Alerj que define os valores e percentuais destinados para cada setor, secretaria e estrutura do Governo para a execução de políticas públicas”, reforçou o presidente da Comissão de Agricultura da Casa, deputado Christino Áureo (PSD). De acordo com ele, essa carta será encaminhada ao governador Sérgio Cabral e a cada um dos 70 deputados, com o objetivo de subsidiar a discussão do Orçamento de 2013.

Os representantes do agronegócio reivindicam, no documento, o retorno dos gastos públicos orçamentários aos níveis históricos e mínimos de 1% do orçamento do estado destinados ao setor; a implementação de um forte e decidido apoio via orçamento estadual à modernização e à melhoria da infraestrutura e das vias de escoamento da produção do agronegócio no estado; a recuperação da capacidade do estado de gerar tecnologia, pesquisa e extensão (capacitação) rural de qualidade; e a criação dos mecanismos que simplifiquem e permitam a regularização ambiental das propriedades rurais e o incentivo e o fomento das atividades preservacionistas, remunerando a prestação de serviços ambientais pelo produtor rural através de mecanismos públicos e privados.

A pesquisa apresentada revela ainda que as atividades rurais possuem “pesos diferentes”, sendo fundamentais em municípios dependentes do setor, como Sumidouro e Duas Barras, que contam, respectivamente, com 38% e 25,8% de seus PIBs vindos do agronegócio. “Temos mais uma ferramenta para subsidiar as decisões do setor público e privado para o desenvolvimento do setor. Antes, calculávamos só aquilo que era produzido dentro da porteira (na fazenda) e, agora, calculamos os insumos que são utilizados e a agregação de valor que nossos produtos sofrem durante o processamento para atender o Rio, segundo mercado consumidor do Brasil. Nosso objetivo é garantir alimentos de qualidade e a custos baixos”, comemorou o presidente da Faerj, Roberto Tavares.

Presente ao evento, o pesquisador Mauro de Rezende, do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getulio Vargas (FGV), explicou como alavancar o setor da melhor maneira. “O que é importante para os deputados é entender que, se a gente pegar o conhecimento que está sendo gerado e transformarmos em uma ação consequente, isto é, colocar o dinheiro em atividades de alto retorno, a resposta da agricultura do Rio será muito rápida”, apostou. Também participaram da cerimônia os representantes do Ministério da Agricultura, da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e do Sebrae/RJ, além dos deputados João Peixoto (PSDC), Paulo Ramos (PDT), Comte Bittencourt (PPS) e Roberto Henriques (PSD).

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Leia também: o discurso do deputado Christino Áureo no Plenário, durante o Expediente Final do dia 24/10
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