Turismo vai bem no Brasil e no Rio

A realidade do turismo brasileiro vem melhorando. O Rio de Janeiro, sede de grandes eventos esportivos nos próximos anos, tem papel de destaque nesse quadro. O economista da Fundação Getúlio Vargas (FDV), Daniel Plá analisa os fatores responsáveis pelo crescimento.

“Ser eleito para sediar a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 gerou um impacto muito grande na opinião pública”, afirma o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Daniel Plá. Ele conta que por consequência disto o turismo no país e, principalmente, no Rio de Janeiro, passa por um período muito favorável, com base nos resultados do estudo Economia do Turismo: Perspectiva Microeconômica 2003-2009, divulgado na última quarta-feira, dia 10 de outubro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com Plá, a fama de cidade violenta tornou-se um grande empecilho para o aumento do turismo no Rio de Janeiro. Ele acredita que um dos fatores que mais colaboraram para esta melhoria, não só na busca turística no Rio mas também em todo o Brasil, foi a implantação das Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs), desde 2008. “Um terço dos turistas manifesta intenção de subir o morro”, completa Daniel Plá.

No que se refere à questão nacional, observa-se que o país está entre os destinos mais caros de todo o mundo, o que impede que a ascensão turística seja ainda maior. O alto valor é reflexo dos aumento no custo das passagens aéreas e dos hotéis em todo o país.

O professor avalia, ainda, que os preços dos serviços relacionados ao turismo tiveram as maiores altas, gerando um crescimento na procura por albergues que, desde os Jogos Pan-Americanos de 2007, tornaram-se mais uma alternativa aos turistas que chegam ao Rio para os grandes eventos. “Só Ipanema tem hoje mais de 30 albergures de diferentes portes para atender turistas de menor renda que não conseguem ficar nos hotéis convencionais”, acrescenta o economista.

Outra percepção é a de que a crise econômica internacional também contribuiu para a atração de europeus qualificados na tentativa de fugir do desemprego de seus países. “São profissionais que podem ajudar muito a indústria turística nacional”, avalia Plá.

O economista da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) Christian Travassos, alerta para a diversidade de segmentos que podem ser explorados. Para ele os turismo rural, ecológico cultural têm de ser mais estimulados.