Economia Criativa será beneficiada por parte dos U$ 102 bilhões do Rio

O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, Júlio Bueno, acredita que a economia criativa fluminense será o destino de boa parte dos U$ 102 bilhões que o Rio deve receber como investimento nos próximos três anos. O anúncio ocorreu durante o seminário “Marco Legal e políticas públicas de fomento à economia criativa”.

O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, Júlio Bueno, acredita que a economia criativa fluminense será o destino de boa parte dos U$ 102 bilhões que o Rio deve receber como investimento nos próximos três anos. “O setor tem um conceito muito novo e o Rio, um estado pequeno da União, mas muito importante, tem algumas áreas na economia criativa em posição de destaque no Brasil, tais como edições de jornais, televisão e audiovisual e esportes. Na medida em que a economia do Rio se fortalece, diversos setores vão evoluir da mesma forma, e a economia criativa tem possibilidades maiores de desenvolvimento”, apostou Bueno, em evento, nesta segunda-feira (20/08), na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

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O anúncio ocorreu durante o seminário “Marco Legal e políticas públicas de fomento à economia criativa”, organizado pelo Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado, presidido pelo deputado Paulo Melo (PMDB). O parlamentar abriu as discussões e apontou os desafios do setor. “A construção de marcos legais para os setores criativos é um dos cinco desafios para que a economia criativa seja assumida como política de desenvolvimento. Precisamos conhecer as consequências que esta não adequação aos marcos tributários, previdenciários, trabalhistas e de propriedade intelectual existentes cria”, afirmou Melo, que também preside a Alerj.

O chamado Núcleo Criativo, que abrange as atividades que utilizam as ideias para agregar valor, representa, no estado, 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) ou, aproximadamente, R$ 14,7 bilhões. Durante o encontro, o coordenador do Núcleo da Economia Criativa da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), João Luiz Figueredo da Silva, demonstrou como a criatividade pode influenciar setores tradicionais como o automobilístico e o têxtil. “Hoje, um carro não vale o que tem de matéria e trabalho. O que mais dá valor a um carro é o desenho, a publicidade e o conceito. Portanto, o que vai ser diferente no valor desse carro vem da industria criativa. Esses valores são intangíveis”, explicou.

A deputada Aspásia Camargo (PV) mostrou-se insatisfeita com o nível de crescimento do setor criativo no estado. “O dinamismo da economia criativa no Rio é mais baixo do que a média brasileira e muito mais baixo do que o crescimento de São Paulo, que chega a 38% e nós, somente a 13%. Isso é uma diferença brutal. O Rio tem a criatividade cultural como característica e as politicas tributárias são falhas. Aqui, o automóvel é mais valorizado do que a criatividade”, pontuou. “Quando propusermos a discussão de políticas públicas, pelo menos quatro itens têm que ser lembrados: infraestrutura, possibilidade de incentivos tributáveis e financeiros, capacitação do ser humano e a evolução e o acompanhamento desse desenvolvimento”, listou Júlio Bueno.

Também presente ao debate, a secretária de Estado de Cultura, Adriana Rattes, sugeriu a criação de um órgão gestor para o crescimento criativo. “Precisamos de um organismo pequeno para articular secretarias e temas, como trabalho, agricultura, ciência e tecnologia, turismo, fazenda, enfim, todos os envolvidos. Um organismo para coordenar esse processo”, explicou. Também participaram do encontro o presidente da Comissão de Cultura da Casa, deputado Robson Leite (PT); o presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, Washington Fajardo; Júnior Perim, representante do instituto Crescer e Viver; e o gerente de Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Rio (Firjan), Guilherme Mercês.

(texto de Raoni Alves)

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