Rio de Janeiro não tem estrutura hoteleira para receber os Jogos Paraolímpicos

A Pesquisa de Serviços de Hospedagem divulgada pelo IBGE constatou que a rede hoteleira do Rio de Janeiro não está preparada para receber os Jogos Paraolímpicos de 2016. O estudo levantou todas as unidades habitacionais do país em quantidade, características, capacidade e qualidade.

Principal destino turístico do Brasil nos próximos anos, sobretudo por causa dos megaeventos como a Copa de 2014, Jogos Olímpicos de 2013 e a conferência Rio + 20 em junho deste ano, o Rio de Janeiro tem sua capacidade hoteleira posta em xeque. Os dados da primeira Pesquisa de Serviços de Hospedagem (PSH) realizada pelo IBGE mostram que na cidade sede dos Jogos Paraolímpicos apenas 0,9% dos estabelecimentos possui unidades adaptadas, revelando que a cidade não está preparada para receber a quantidade de turistas que estará na cidade. Em todo o Brasil, somente 1,3% declararam possuir unidades adaptadas para pessoas com alguma deficiência física.

O estudo mostrou, ainda, que a região metropolitana do estado tem o maior número de unidades habitacionais por estabelecimento do País, concentrando 609 estabelecimentos (17,7% do total), 38.565 unidades habitacionais (11,8%) e uma capacidade de hospedar 83.130 pessoas (11,2%). “O Rio estava parado, mas agora estamos em processo de evolução. Estamos com cinco mil quartos sendo preparados até a Copa de 2014 e já estão em construção mais 4,5 mil leitos para 2016. Sem contar os hotéis que estão se modernizando”, diz Darcílio Junqueira, superintendente do Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes do Rio de Janeiro (SindRio).

O objetivo da pesquisa foi quantificar os estabelecimentos de hospedagem, conhecer suas características e mensurar a capacidade e a qualidade da hospedagem, para os diversos tipos e categorias de estabelecimentos. Foram pesquisada as capitais, regiões metropolitanas e as Regiões Integradas de Desenvolvimento – RIDE.

Embora São Paulo possua o maior número de estabelecimentos de luxo e superior (174), a maior proporção está no Rio, com 18,2% dos estabelecimentos nessa categoria. Ao todo, cerca de um terço do total deles está no estado (33,65%).

“A ABIH-RJ estima que 36 novos hotéis serão construídos no Estado do Rio de Janeiro até as Olimpíadas, sendo 17 deles somente na capital. São 10 mil novos quartos de hotel em todos os segmentos, desde cama e café, albergues, hotéis econômicos e hotéis 4 e 5 estrelas. Vale ressaltar que o crescimento não acontece de uma hora pra outra. Além do investimento na construção, renovação e ampliação de hotéis, é fundamental selecionar, treinar e qualificar mão de obra para garantir qualidade dos serviços. Também é importante que a cidade acompanhe este crescimento com investimentos em infraestrutura, transporte e segurança, por exemplo”, ressalta Alfredo Lopes, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis. 

Foram apurados, também, os municípios de interesse turístico, definidos pelo Ministério do Turismo para o levantamento estatístico. No Rio de Janeiro 21 municípios como Angra do Reis, Búzios, Cabo Frio, Petrópolis e Teresópolis, entre outros foram analisados com capacidade 62.853 leitos, quase a capacidade do município do Rio, que oferece 67.536 vagas na rede hoteleira.

“Tivemos como objetivo mensurar a capacidade do sistema de hospedagem desses municípios para fornecer subsídios aos governos, às autoridades municipais, estaduais e federais para que possam adotar políticas públicas para os grandes eventos esportivos esperados nos próximos anos como a Copa das Confederações, Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016”, comentou Roberto Saldanha, responsável pela pesquisa.