Marco regulatório de fomento à inovação precisa ser revisto

Durante a aula magna, no dia 8 de maio, na Academia Brasileira de Ciências (ABC), o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp criticou a falta de uma lei que regulamente parcerias entre governo e empresas. Para ele, deve-se fortalecer a pesquisa para mais inovação.

"Não estamos no marco zero. Temos capacidade de tirar petróleo de bacias, construímos estádios e aviões, a economia brasileira está crescendo. Temos bons exemplos”, afirmou o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp durante a aula magna, no dia 8 de maio, na Academia Brasileira de Ciências (ABC). Na ocasião, o ministro apontou a necessidade de aperfeiçoar o marco regulatório de fomento à inovação. “Não existe uma lei que regulamenta especificamente as parcerias entre governo e empresas. Temos que fortalecer constantemente a pesquisa e a infraestrutura para que a nossa ciência seja sempre competitiva e inovadora”, explicou Raupp.

 

Para o ministro o Sistema Nacional de Ciência Tecnologia e Inovação não é suficiente para financiar todos os projetos nesse campo. “Precisamos de algo maior para dar conta de todos os desafios. Talvez um órgão da magnitude do BNDS. Precisamos alavancar a ciência do nosso país a todo custo”, disse.

De acordo com o ministro, entre as metas para 2014, está o fortalecimento do Sistema Nacional de Ciência Tecnologia e Inovação. Em 2010, 1,19% do PIB era investido nesta área. Em 2014 está previsto um aumento para 1,8%. O objetivo deste acréscimo, além de fomentar a ciência, é fazer com que as indústrias privadas comecem a investir mais. “As empresas precisam entender que inovação e ciência são faces da mesma moeda”, afirma Raupp.

 

Educação para a ciência

 

 

O ministro apontou bons exemplos para o ensino fundamental e superior se espelharem, como a Olimpíada Brasileira de Matemática, que a cada edição leva a matemática para mais alunos. Em 2011, 190 mil alunos e 5,3 mil escolas e 155 instituições de ensino superior brasileiras participaram do evento.

 

“Sou de uma época em que as crianças não iam para a escola. Hoje em dia, atingimos a matrícula 100%. Agora devemos pensar no conteúdo. O que estamos ensinando para os nossos alunos?”, questionou Raupp.

 

“Sobre o ensino técnico e tecnológico ainda existe um longo caminho a ser trilhado, segundo o ministro. Prova disto é que todos os alunos formados em ciências exatas do país, só representam 2% dos estudantes do mundo inteiro desta área. Já a China, mesmo considerando as proporções da quantidade da população, representa 34%. “Temos que mandar nossos cientistas para aprender com os outros, tem que acontecer uma troca de experiência. Mas logicamente, tem que existir uma base no Brasil para os cientistas já qualificados queiram retornar para o país de origem. Queremos uma retroalimentação da mão de obra qualificada”, afirmou Raupp. “Neste sentido o Ciências sem Fronteira vem cumprindo o seu papel. Em 2011 treze mil bolsas foram dadas. A previsão é de que em 2012 esse número aumente para cem mil bolsas. estamos internacionalizando o nosso conhecimento", acrescentou.