Especialista fala de superação japonesa em casos de tragédias naturais

Em uma iniciativa conjunta do Sebrae/RJ, do Fórum de Desenvolvimento do Rio, da Redetec e do Centro Regional de Expertise, vinculado à Universidade das Nações Unidas, Takemoto explicou que a Iniciativa Satoyama sugere, entre outras propostas, incentivar a adoção de métodos preventivos.

Tsunamis e terremotos são fenômenos naturais bem conhecidos pelo povo japonês, e a capacidade de rápida recuperação do país oriental e de suas regiões degradadas é conhecida de todo o mundo. Segundo o especialista Kazuhiko Takemoto, da Universidade das Nações Unidas, viver em harmonia com o meio ambiente é o conceito ideal para se evitar os desastres naturais. Takemoto proferiu a palestra “Iniciativa Satoyama de recuperação de regiões abaladas por tragédias naturais”, nesta sexta-feira (27/04), no Sebrae/RJ, Centro do Rio, e contou com a presença do presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), deputado Paulo Melo (PMDB). O peemedebista afirmou que, aliada ao crescimento vivido pelo estado nos últimos anos, há uma busca permanente pela ampliação de áreas de preservação ambiental no Rio.

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“Este crescimento ainda está muito calcado nas indústrias do petróleo, automobilística e siderúrgica, mas há uma busca em aliar esse crescimento ao desenvolvimento de uma economia verde e sustentável”, disse Melo. O parlamentar completou que a apresentação do especialista trouxe para todos a possibilidade de desenvolver novas políticas públicas. “Vamos aliar o desenvolvimento econômico com a proteção do meio ambiente”, afirmou. Durante o evento, uma iniciativa conjunta do Sebrae/RJ, do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado, da Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro e do Centro Regional de Expertise, vinculado à Universidade das Nações Unidas, Takemoto explicou que a Iniciativa Satoyama sugere, entre outras propostas, incentivar a adoção de métodos preventivos.

“O uso sustentável dos recursos naturais é o plano de fundo da iniciativa. Podemos reduzir as emissões de CO2 e proteger as comunidades”, lembrou Takemoto, explicando que Brasil e Japão sofreram desastres naturais, onde houve muitas mortes, em 2011. “Viver em harmonia com a natureza é o conceito-chave do que estou falando e pode ser aplicado no mundo todo e reforça a resistência em lidar com desastres repentinos ou graduais”, assegurou. A criação de paisagens, novas formas de ocupação agrícola que possam ser também componentes de proteção à saúde e o incentivo a pequenos produtores de áreas rurais foram lições tiradas durante a apresentação do especialista, segundo a presidente da Comissão de Saneamento Ambiental da Alerj, deputada Aspásia Camargo (PV).

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“Estamos em uma nova era e a missão é essa: precisamos viver em harmonia com a natureza. Tudo o que foi apresentado aqui hoje tem a ver com o Rio de Janeiro e, agora, temos a oportunidade de introduzir na agenda da cidade essa nova visão”, salientou. A parlamentar ressaltou ainda que o grande desafio da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio + 20, é transformar essa experiência de sucesso em algo de grande escala. “Precisamos ter instrumentos de ação e um deles é a parceria. O segredo do sucesso é a capacidade de ouvir e transformar o debate em realidade. O agente do desenvolvimento sustentável é o ser humano, cadeias produtivas que envolvam pequenos e grandes parceiros”, defendeu Aspásia.

Também participaram do evento o presidente da Redetec, Paulo Alcântara Gomes; o secretário de Estado de Planejamento e Gestão, Sérgio Ruy Barbosa; e o diretor do Sebrae/Rj, Armando Clemente.

(Texto de Vanessa Schumacker)