Fórum reúne três poderes do estado para debater a Rio +20

O presidente em exercício da ALERJ, deputado Edson Albertassi, ressaltou que este momento de preparação para a Rio +20 é fundamental para o evento durante o encontro “Agenda da sustentabilidade: ações do estado para a Rio+20”, realizado pelo Fórum de Desenvolvimento do Rio.

"Antigamente, ou você se desenvolvia economicamente, ou preservava o ambiente.  Hoje podemos discutir que mecanismos econômicos e sociais podem viabilizar o desenvolvimento sustentável", afirmou o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc,  durante o encontro “Agenda da sustentabilidade: ações do estado para a Rio+20”, realizado pelo Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado na manhã desta segunda-feira, 16 de abril.

 

O presidente em exercício da ALERJ e do Fórum, deputado Edson Albertassi (PMDB), ressaltou que este momento de preparação para a Rio +20 é fundamental para o sucesso do evento. "Reunir os três poderes, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário para alinhar as agendas é de extrema importância". Para a deputada Aspásia Camargo (PV), além de discutir a importância da economia verde, a Rio +20 tem que ser um evento para solidificar um pacto entre os três poderes para que juntos possam desenvolver verdadeiras ações para a sustentabilidade.

 

O secretário da Casa Civil, Regis Fichtner, afirmou que questões ligadas a infra-estrutura da Rio +20 como segurança e trânsito, além dos modelos de sustentabilidade do próprio Estado, estão sendo reunidos para serem apresentados na Conferência. Para ele, a questão central é como crescer economicamnte respeitando o ambiente. "O grande desafio da Rio +20 é preservar o planeta e ao mesmo tempo melhorar a economia, a saúde, a questão da moradia e emprego", acredita Fichtner.

 

Participaram do debate representantes das 32 entidades que compõem o Fórum de Desenvolvimento do Rio. O presidente da Federalçao da Agricultura, Pecuária e Pesca (Faerj), Rodolfo Tavares, entregou um estudo ao deputado Edson Albertassi para aprimorar a Lei 5.100 – do ICMS Verde. Para ele, o produtor rural não deve ser obrigado a produzir alimentos ao mesmo tempo que tem que manter áreas de preservação natural. "E preciso reconhecer o papel do produtor na preservação da Mata Atlântica. Já somos exemplo, temos 10% do território preservado, enquanto São Paulo apresenta apenas 1%, mas podemos avançar e é isso que propõe o estudo", explicou.

 

Para Minc, o Rio de Janeiro tem apresentado grandes avanços nesses últimos anos em relação à sustentabilidade. Além de ser o estado brasileiro que menos desmata a Mata Atlântica, é o primeiro Estado que vai ter um distrito verde localizado na Ilha de Bom Jesus que vai abrigar diversas indústrias que transformam lixo em energia, reciclam e desenvolvem novas tecnologias para gerar energia limpa. Outro avanço, segundo ele, foi a criação de uma Subsecretaria de Economia Verde. Apesar disso, o secretário acredita que ainda falta muito para o Estado crescer na área de preservação e sustentabilidade. "O Rio de Janeiro está se preparando. Somos os anfitriões e temos que nos esforçar para o sucesso.Temos muitos caminhos que percorrer e muito o que lutar na Rio +20."  

 

O presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Manoel Alberto Rebêlo dos Santos, afirmou que a Rio +20 vai ser uma oportunidade de por em prática atitudes que geralmente ficam só no discurso. Uma delas é combater o desperdício. "Somos o país do desperdício, isso é uma questão cultural que vem da falta de informação e educação. Temos que começar a dar o exemplo", explicou, acrescentando que o Tribunal tem discutido medidas para combater o desperdício, como o fim dos contra-cheques de papel e a utilização dos dois lados do papel pelos juízes na  hora de redigir as sentenças. "Investir na educação das novas gerações é fundamental para a preservação do meio ambiente. Acredito no papel das crianças e das novas gerações para um futuro mais sustentável".

 

A ideia foi compartilhada pelo presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Rio de Janeiro (Facerj) e do Conselho Deliberativo do Sebrae-RJ, Jésus Mendes Costa. " É importante uma educação sustentável para que as futuras gerações não sofram com o pessimismo e saibam colocar em prática ações de preservação ambiental", afirma Mendes.

 

O deputado Paulo Ramos (PDT) tem uma visão crítica da Rio +20. "Não acredito que vá ser uma oportunidade para se fazer grandes mudanças. Desde a época da Eco-92 para cá, muito pouco foi feito. Tudo fica no discurso fácil e nada é feito na prática. Exemplo disso é o projeto de despoluição da Baia de Guanabara que foi elaborado na Eco 92 e até hoje não foi concluído", ressaltou. Participaram do encontro, ainda, o secretário estadual de Transportes Julio Lopes e a  subsecretária de Planejamento e Gestão, Claudia Uchoa, e o presidente da Associação Brasileira de Energias Alternativas e Meio Ambiente (Abeama), Ruberval Baldini.

 

A Rio +20 vai acontecer em junho, e reunirá líderes dos 193 países que fazem parte da ONU, além de representantes de vários setores, que discutirão como transformar o planeta em um lugar melhor para se viver. Nos dias 12 e 13 de junho, o Fórum de Desenvolvimento Estratégico do Estado, a Redetec e o Centro Regional de Expertise da Universidade das Nações Unidas vão realizar o seminário “Educação e Inovação nas Sociedades Sustentáveis”, no Centro de Referência do Artesanato Brasileiro, na Praça Tiradentes. Nos dias 15, 16 e 17 de junho o Palácio Tiradentes sediará a Cúpula Mundial de Legisladores, que tem como tarefa reunir o Legislativo mundial e os chefes de estado que participam da Rio + 20 para que os resultados da conferência possam ser levados aos países e cobrados pelos legisladores.


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