A Secretaria de Estado do Ambiente anunciou que, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, apresentará o Roteiro Verde. Trata-se de um documento com metas e melhorias esperadas para a conservação do meio ambiente em todo mundo, considerando os próximos 20 anos. Foi o que afirmou a coordenadora de Mudanças Climáticas da subsecretaria de Economia Verde do estado, Márcia Vale Real, nesta segunda-feira (02/04), durante reunião do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico, da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O encontro, que aconteceu no auditório Nelson Carneiro, no prédio anexo ao Palácio Tiradentes, foi organizado pela Câmara Setorial de Desenvolvimento Sustentável.
“O documento servirá para chamar a atenção da população para o quanto a economia verde precisa fazer parte de nossas vidas. Delimitaremos ações, em prol da sustentabilidade e em prol do equilíbrio entre o ambiental, o social e o econômico”, explicou Márcia. Para a secretária-geral do Fórum, Geiza Rocha, a reunião desta segunda conseguiu aliar os temas propostos. “Trouxemos, mais uma vez, o Governo do estado para dentro da Alerj, que está estabelecendo um papel fundamental na organização e na liderança do processo de sustentabilidade. Atualmente, é essencial praticar a economia verde”, garantiu Geiza.
A presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável - CEBDS, Marina Grossi, ressaltou a importância do setor privado no desenvolvimento sustentável e a necessidade de definir questões efetivamente relevantes para serem levadas e discutidas na Rio+20. Analisando o Visão 2050, versão brasileira do documento lançado mundialmente em 2011, Marina enfatizou também, a necessidade da mudança de valores na sociedade mundial para a construção de um mundo mais sustentável.
“O Visão 2050 tem várias tarefas em nove pilares, que não tem a ver só com a economia. É necessária uma enorme transformação de paradigmas, de cultura, para que seja possível alcançar as metas de desenvolvimento sustentável, para que as pessoas vivam num planeta com saúde, educação, alimentação, etc”, disse Marina.
Haroldo Matos de Lemos, presidente do Instituto Brasil Pnuma, tem questionado o conteúdo do Rascunho Zero, documento que será discutido na Rio+20: “O que me preocupa é que o documento até agora é insosso, nós precisamos ser mais ousados. A economia verde é algo que precisamos implantar, é uma das ferramentas fundamentais para chegar ao desenvolvimento sustentável. Significa colocar a economia a favor da sustentabilidade. É claro que é muito difícil criar metas porque depende das condições econômicas, culturais e sociais de cada país. Esse documento fala da necessidade dos governos adotarem a economia verde, mas não tem metas concretas”, afirma Haroldo.
A Rio+20 acontece na capital fluminense entre os dias 20, 21 e 22 de junho e vai reunir mais de 190 países. O objetivo da conferência é salientar e assegurar o comprometimento político renovado para o desenvolvimento sustentável nos próximos anos.
(Texto de Paulo Ubaldino / Helena Prazeres)