Especialista critica falta de metas concretas vinte anos depois da Rio-92

O "rascunho zero", documento que servirá de base para os debates da Conferência Rio+20, onde serão discutidas metas mundiais para o desenvolvimento sustentável, foi criticado durante reunião, nesta quinta-feira (01/03), da Câmara Setorial de Desenvolvimento Sustentável.

 

O "rascunho zero", documento que servirá de base para os debates da Conferência Rio+20, onde serão discutidas metas mundiais para o desenvolvimento sustentável, foi criticado durante reunião, nesta quinta-feira (01/03), da Câmara Setorial de Desenvolvimento Sustentável do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado, da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). As críticas foram feitas pelo presidente do Conselho Empresarial do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), professor Haroldo Mattos Lemos, que falou sobre as perspectivas sobre a conferência no encontro.

Segundo Lemos, o documento carece de metas específicas. “Não são críticas, apenas constatações. O documento reafirma propostas e conceitos firmados em outros encontros, mas não aponta muitas ações concretas a serem tomadas pelos países nos próximos anos. Quando estas metas aparecem, são para serem implementadas a partir de 2015”, comenta o professor. O Rascunho Zero servirá de base para todas as discussões que acontecerão na Rio+20, antecipando as principais decisões que deverão ser tomadas pelos líderes mundiais presentes na conferência, que acontece entre os dias 20 e 22 de junho deste ano, no Riocentro.

No entanto, Lemos acredita que o encontro deverá gerar decisões importantes. O professor destacou a proposta de mudança das atividades do Pnuma. “Hoje em dia, este é um órgão que não tem orçamento próprio e nem poder de determinar nada para os países que não cumprem as metas de sustentabilidade”, registrou. O professor disse que uma das propostas que será estudada na Rio+20 é a transformação deste órgão em uma agência da ONU, “a exemplo da Organização Mundial de Saúde (OMS), com maior independência e orçamento determinado”.

A reunião contou com a presença de representantes de diversos órgãos, que tiveram o primeiro contato com temas de debate sobre a conferência. “O professor colocou uma responsabilidade muito grande para a sociedade civil organizada, de mostrar que precisamos pressionar por metas concretas para a sustentabilidade”, afirmou a secretária-geral do Fórum, Geiza Rocha. “Estamos engajados nesta discussão. Já temos um segundo encontro marcado para abril, quando vamos receber representantes do Governo do estado e da Prefeitura do Rio para discutir o tema e como podemos trabalhar pela sustentabilidade”, completou ela.

Participaram do encontro Joper Padrão, da ACRJ, Ricardo Mayer, da DRJ, Shirley Coutinho, da PUC-Rio, Marcio José Borges, da Adesg-Rio e Felipe Rodrigues, da UFRJ, além de representantes da Fecomércio, Fetranspor, Clube de Engenharia, SNA, Abes-Rio, Amcham-Rio, Ibama, UFRRJ, Sentimento Rio, Sindieco, Sebrae-RJ, Manusfera, Sesc, Abeoc-RJ, Rio Sustentável, Bol, UERJ, CEBDS, Correios, SindRio e Interatos.

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