Carnaval de renda e emprego

Nunca é tarde para falar do potencial econômico do Carnaval. De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, cerca de 250 mil pessoas são beneficiadas pelas oportunidades abertas neste período.

A quarta-feira de cinzas já chegou, mas nunca é tarde para falar do potencial econômico do Carnaval. De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, cerca de 250 mil pessoas são beneficiadas pelas oportunidades abertas neste período. São empregos, temporários ou não, nos setores de turismo, indústrias gráfica e editorial, de bebidas, instrumentos musicais, audiovisual e entretenimento, sem contar com o burburinho dos barracões.

No programa “Rio em Foco”, disponível no site www.rioemfoco.rj.gov.br, debatemos alternativas para que a população possa se beneficiar ainda mais desta, que é uma festa consagrada mundialmente. Ficou claro que ainda há muitos desafios a serem superados. Os principais são a ocupação na entressafra - período de fevereiro ou março (dependendo do ano) até julho, que é quando as escolas reiniciam as atividades de confecção do Carnaval do ano seguinte, escolhem o samba enredo e etc. - e a informalidade nas relações de trabalho.

Segundo levantamento do Sebrae-RJ, entre as mais de seis mil pessoas que trabalham nas 13 escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro, cerca de 70% estão na informalidade. Para reverter esse quadro, a instituição preparou uma campanha para mostrar as vantagens de se inscrever como empreendedor individual (EI).

Na Cartilha do Empreendedor Individual no Samba faz um paralelo entre as categorias previstas em lei e as 40 atividades desempenhadas nas escolas. Uma das opções para quem trabalha com ferro, por exemplo, é se registrar como artesão em metais. Na confecção de adereços estão rendeiras, tricoteiras, artesãos em couro e comerciantes de artigos de joalheira entre as 14 possibilidades listadas no Portal do Empreendedor.

Iniciativas como esta precisam ser divulgadas e, mais do que isso, estimuladas! Como afirma o idealizador do projeto, Francisco Marins, "as escolas de samba recebem patrocínios e recursos públicos e têm que prestar conta disso. A transparência na gestão é um ativo valioso". E eu completo: até no Carnaval.

GEIZA ROCHA é jornalista e secretária-geral do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio de Janeiro Jornalista Roberto Marinho.