Fórum de Acidentes Naturais identifica como gargalos a falta de dados e de articulação

Identificar falhas e alternativas à prevenção de catástrofes causadas pelas chuvas são desafios apresentados durante o debate “Prevenção, Contingência, Emergência e Políticas Públicas”, promovido pelo Fórum Permanente de Acidentes Naturais, do Clube de Engenharia.

 

O verão é a época em que muitas cidades sofrem com tragédias causadas pelas chuvas. O maior desafio é identificar falhas e analisar caminhos para prevenir as catástrofes. A falta de planejamento nas obras é a principal causa apontada por técnicos e autoridades.“Existem políticas públicas para a educação, habitação, saúde, mas também é necessário que tenha para a prevenção de riscos naturais”, disse Flavio Erthal, presidente do Departamento de Recursos Minerais do Rio de Janeiro (DRM/RJ),

 

No evento “Prevenção, Contingência, Emergência e Políticas Públicas”, promovido pelo Fórum Permanente de Acidentes Naturais, do Clube de Engenharia, o Secretário Municipal de Obras do Rio de Janeiro, Alexandre Pinto da Silva, destacou a importância da visão de longo prazo. “O que se discute não é que fazer nas áreas de várzea, mas sim, como elas são feitas. A sociedade clama por uma política feita com a visão de longo prazo, não de cunho partidário”, apontou.

 

A falta de dados e de articulação entre as entidades é outro ponto ressaltado por especialistas como gargalo para o avanço no conhecimento e na gestão do solo. De acordo com o subsecretário municipal de Defesa Civil do Rio de Janeiro, Marcio Moura Motta, citou a delimitação das áreas de risco, reflorestamento, infraestrutura, conservação e limpeza como pontos importantes para a prevenção de desastres. “A preparação e treinamento da população também são fundamentais para a diminuição do risco humano. Ninguém conhece melhor o lugar onde eles moram. Logo, grupos voluntários dentro das próprias comunidades são a melhor prevenção”, comentou Marcio.

 

Alcebíades Fonseca, conselheiro do CREA-RJ e representante do de Agostinho Carneiro, presidente da instituição comentou sobre o processo de explosão demográfica dos grandes centros urbanos e a como esse crescimento está acontecendo de modo desordenado. Salientou também, a importância de se investir no interior do estado com políticas públicas de habitação e emprego para o desenvolvimento dessas sociedades. “Temos que buscar soluções que não agridam o meio ambiente, que sejam viáveis economicamente e que seja uma solução para a comunidade. A obra perfeita é aquela que tem equilíbrio: que seja sustentável ambientalmente e economicamente e socialmente desejável', ressaltou.