Entre as mais de seis mil pessoas que trabalham nas 13 escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro, cerca de 70% estão na informalidade, segundo estimativa do Sebrae/RJ. Para reverter esse quadro, a instituição preparou uma campanha para mostrar as vantagens de se inscrever como empreendedor individual (EI).
“Falar sobre os benefícios e as facilidades da formalização para esse público foi um passo importante. Além da atividade ser sazonal, entre outubro e fevereiro, a maioria sequer conseguia se ver como empreendedor individual trabalhando no mundo do samba”, explica o gerente de Educação e Cultura Empreendedora do Sebrae/RJ e presidente da escola Porto da Pedra, do município de São Gonçalo, Francisco Marins.
A Cartilha do Empreendedor Individual no Samba foi um dos instrumentos utilizados na iniciativa, que começou em dezembro. Com o charme adicional de ter o formato de um pandeiro, a publicação faz um vínculo entre as categorias previstas em lei com as 40 atividades desempenhadas nas escolas. Uma das opções para quem trabalha com ferro, por exemplo, é se registrar como artesão em metais. Na confecção de adereços estão rendeiras, tricoteiras, artesãos em couro e comerciantes de artigos de joalheira entre as 14 possibilidades listadas no Portal do Empreendedor.
A iniciativa do Sebrae, em parceria com a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) e Associação das Mulheres Empreendedoras do Brasil (Amebras), será retomada depois do carnaval. Nesta primeira fase, o Sebrae promoveu palestras nas escolas Renascer e Grande Rio, além de atendimentos na Cidade do Samba.
“Só demos uma pausa porque a semana que antecede o desfile é de muito trabalho, mas depois as atividades sobre o EI vão continuar. A Porto da Pedra é uma das que já iniciou o processo de profissionalização. As escolas hoje recebem patrocínios e recursos públicos e têm que prestar conta disso. A transparência na gestão é um ativo valioso”, reforça Marins.
Regina Mamede