O quinto poder

Se o Governo é formado pelos três poderes e a imprensa é o quarto, as redes sociais estão se tornando o quinto poder. Os números mundiais provam isso: só o Facebbok possui 695 milhões de membros (quase 10% da população mundial) e, junto com o Twitter e o Linkedin recebem 2,5 bilhões de visitas por mês.

Se o Governo é formado pelos três poderes e a imprensa é o quarto, as redes sociais estão se tornando o quinto poder. Os números mundiais provam isso: só o Facebbok possui 695 milhões de membros (quase 10% da população mundial) e, junto com o Twitter e o Linkedin recebem 2,5 bilhões de visitas por mês. As empresas já reconheceram isso e estão buscando a partir de perfis se relacionar com seus consumidores. E a classe política também.

Após o sucesso da campanha de Barack Obama para a presidência dos Estados Unidos, as campanhas políticas em todo o mundo passaram a incorporar o item “redes sociais” no Orçamento. Mas estar nelas e retirar disso um resultado satisfatório não é tarefa fácil. Os desafios para “ingressar” nesse mundo são enormes. Para estar nas redes sociais é preciso freqüentá-las, ser um “deles”, conhecer sua linguagem e ser natural. Espontaneidade é fundamental num veículo onde se fala o tempo todo, mas em poucas palavras. No Twitter, por exemplo, onde é fácil se tornar celebridade a partir do que se escreve em 140 caracteres, ser um influenciador demanda permanência e, mais do que isso, estar atualizado e gerar uma rede de seguidores que repliquem o que está sendo dito. Assim como na vida, as redes possuem grupos bem definidos e é impossível falar com todos de uma única vez ou em um único tweet. Neste ambiente, críticas são mais fáceis de pegar do que elogios.

O secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, afirmou em matéria recente que precisa consolidar este canal para saber o que os cidadãos comuns não engajados às tradicionais entidades de classe pensam e falam do governo. Ele reconhece que ao lado da militância tradicional hoje há um grupo muito ativo que se faz presente nessas redes e é preciso ouvi-lo. O Planalto está começando a monitorar os assuntos mais comentados e criará perfis para representar cada uma das ações de articulação social que estiverem em andamento no governo.

É preciso que a Presidência esteja atenta ao fato de que este é um caminho sem volta. Ao abrir mais este canal com a população, deve estar preparada para as críticas, mas também para a ação. Se não for para “brincar”, melhor nem descer para o play.