Os desafios da Educação

A Bienal do Livro, que vai até o dia 11 de setembro no Riocentro, além de trazer grandes autores e aproximar escritores de seus leitores é também um espaço de experimentação e de formação de uma nova geração de amantes da literatura. É animador ver o interesse que o evento desperta neste público.

A Bienal do Livro, que vai até o dia 11 de setembro no Riocentro, além de trazer grandes autores e aproximar escritores de seus leitores é também um espaço de experimentação e de formação de uma nova geração de amantes da literatura. É animador ver o interesse que o evento desperta neste público, que lota os corredores e estandes. Os jornais retratam isso, e um dos espaços mais disputados pelas crianças e jovens nesta edição é o de degustação, em que e-books e tablets ficam à disposição deles para que utilizem e se apaixonem.

Apesar do alto preço destes produtos, a expansão da banda larga e a fabricação no País destes aparelhos pode torná-los acessíveis, como já ocorreu com o computador. Se isso acontecer, esta será mais uma área em que a tecnologia pode nos salvar, já que infelizmente ainda somos ineficazes na aproximação entre a população e a leitura.

Na medida em que os tablets e e-books se popularizarem, podemos fazer chegar os livros àqueles que ainda os vêem como artigos de luxo. E não é à toa que isso ocorre. Não conseguimos, até hoje, formar uma cadeia produtiva do livro. Enquanto nos Estados Unidos são produzidos 11 livros per capita ao ano, na França, 7, e no Brasil, 2,4. Desses 2,4, apenas 0,7 são livros não-didáticos. Sem uma indústria do livro, que poderia a partir da produção em massa barateá-los, fica muito difícil construirmos um Brasil de leitores a despeito dos incentivos já existentes.

Precisamos resolver este gargalo com urgência. Se queremos fazer deste um País sem pobreza, devemos começar investindo não apenas na educação formal, mas em mecanismos que a apóiem, como é o caso dos livros não-didáticos. Não importa o formato: papel ou cristal líquido, o que importa é que os jovens possam “degustá-los” em suas casas ou em espaços coletivos, como as bibliotecas, e torná-los parte integrante de suas vidas.