Construindo Pontes

Um dos maiores desafios do século XXI é a construção de uma governança que dê conta da diversidade de desafios que surgem no momento em que se desenham as políticas públicas. Nossa estrutura federativa, se não houver articulação, pouco ou nada se avança.

Um dos maiores desafios do século XXI é a construção de uma governança que dê conta da diversidade de desafios que surgem no momento em que se desenham as políticas públicas. Nossa estrutura federativa, em que os municípios acumulam a responsabilidade de cuidar do trânsito, do lixo, do ordenamento urbano, da educação básica, da saúde da família, da iluminação, e de tantos outros serviços essenciais, e são solidários nas responsabilidades que cabem ao estado e ao governo federal, se não houver articulação pouco ou nada se avança.

E a articulação, não pode ser apenas vertical, ela passa pelo entendimento com os municípios limítrofes e com a região em que aquela cidade se localiza bem como com as diferentes pastas envolvidas no equacionamento de determinado problema. Quando epidemias, como a da dengue, surgem, por exemplo, é comum ouvirmos questionamentos sobre a origem do mosquito e a responsabilidade sobre ele. Quem nunca ouviu a pergunta: “Afinal, o mosquito é federal, estadual ou municipal”?

No fundo, a resposta pouco importa. O que interessa a todos nós, cidadãos, é a política pública que vai nos assistir em caso de contaminação e, mais do que isso, a que vai nos manter seguros da ameaça, a partir da eliminação dos focos. Uma governança bem estruturada permite a transparência na divisão de responsabilidades e vai além ao possibilitar que as soluções sejam desenhadas em conjunto, reconhecendo os limites, sejam eles financeiros ou técnicos, de cada um dos entes.

A gestão compartilhada só é eficaz se toda a cadeia está estruturada para dar conta de suas responsabilidades. Se um dos elos falha, todos os demais sofrem com isso. Na Região Metropolitana do Rio, por exemplo, que concentra 75% da população do estado, esta necessidade de articulação – embora nem sempre exista – é identificada. Mas quando avançamos para o interior, tanto a iniciativa quanto a visão dela como solução se torna mais rarefeita. Mais do que nunca, o conceito de rede se torna essencial. Afinal,