Fórum promove debate sobre Rio + 20

Programa de emprego verde, indicadores ambientais, mercado de carbono e incentivos fiscais são as principais ferramentas do estado contra as mudanças climáticas que a Secretaria de Estado do Ambiente apresentou, nesta quinta-feira (02/06), durante reunião do Fórum Permanente do Rio de Janeiro.

Programa de emprego verde, indicadores ambientais, mercado de carbono e incentivos fiscais são as principais ferramentas do estado contra as mudanças climáticas que a Secretaria de Estado do Ambiente apresentou, nesta quinta-feira (02/06), durante reunião do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio de Janeiro. As ações, que foram impulsionadas a partir da criação da Subsecretaria de Economia Verde, tem como objetivo equacionar as emissões de carbono e o desenvolvimento econômico do estado. "O importante dessa reunião é que buscamos a integração das entidades que compõem o Fórum e o conhecimento a respeito do que o Governo está pensando para a Rio+20. A partir desse momento, em que se apresentam os projetos de economia verde e as ações que estão sendo desenvolvidas dentro do próprio estado, conseguiremos estabelecer parcerias para que elas tenham encaminhamento e sejam instituídas de uma forma mais ágil", comentou a secretária do Fórum, Geiza Rocha.

De acordo com o presidente do Brasil Pnuma, Haroldo Mattos de Lemos, há uma grande preocupação hoje com o sucesso da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, em 2012, batizado de Rio+20, em referência aos 20 anos que separam este evento da ECO 92, também realizada no Rio. Segundo ele, os especialistas projetam que há 50% de chances de o encontro globar ser um fracasso e 50% de ser um sucesso. Para nos aproximarmos do sucesso, ele sugere que o estado do Rio busque convencer o comitê organizador do encontro a construir até lá metas concretas que possam ser desenvolvidas pelos países e, especialmente, pelo Brasil. "Temos um Plano construído pelos empresários, o Visão 2050. Por que não partirmos deste documento para pensarmos em metas palpáveis e que possam nortear um caminho?", indagou. Para o superintendente de Economia Verde da Secretaria de Estado do Ambiente, Walter Figueiredo, há espaço para que isso seja construído. "Há uma visão convergente a respeito do tema. Nossa equipe é pequena e, para avançarmos, precisamos formar parcerias, como a que construímos com o CEBDS, por exemplo, para construirmos juntos um Visão 2030 para o Rio de Janeiro, nos moldes do Visão 2050", afirma.

Segundo Firmino, o estado está desenvolvendo um edital que envolveria recursos do Fundo de Conservação Ambiental (Fecam) e do Fundo Clima, para desenvolver a eficiência energética vinda do lixo. "Esse edital levaria em conta que empreendimentos que ainda contam com aterros sanitários com tecnologia pouco eficiente possam investir em tecnologias, como reaproveitamento do lixo e do gás proveniente do lixo, biomassa e incineração térmica. O Governo iria financiar essa diferença de tecnologia", declarou o subsecretário do Ambiente, Luiz Firmino. "Estamos prevendo acabar com todos os lixões. Para isso, temos o programa Lixão Zero, onde buscamos soluções de disposições adequadas. Para grandes aterros sanitários, já estamos colocando no licenciamento ambiental a obrigação de que parte desse lixo tenha tratamento de eficiência energética. Um aterro convencional gasta mais ou menos R$ 40 por tonelada de lixo. Na Europa, com o salto tecnológico, esse gasto saltou para R$ 150. Estamos estudando uma forma de incentivo, de maneira a ajudar o empresário a bancar essa diferença para implantar tecnologia parecida no Rio", comparou Firmino.

Como estratégia para desenvolver a qualidade de vida do cidadão fluminense, a Secretaria do Ambiente tem como meta chegar a 66% de tratamento de esgoto em todo o estado, até 2016, garantiu o subsecretário. Em 2007, o Rio contava com 25% de esgoto tratados. "Hoje, já existe uma evolução e o estado trata 33% do total de seu esgoto. O Governo lançou um programa que se chama Pacto Pelo Saneamento, que tem um de seus componentes voltado para o tratamento de esgoto. Já estão garantidos R$ 4 bilhões de investimentos para saltarmos de 33% para 66% até as Olimpíadas", comentou Firmino.

Participaram do evento representantes da Federação das Indústrias (Firjan-RJ), da Federação dos Transportes (Fetranspor) e do Serviço de Apoio às Média e Pequenas Empresas (Sebrae/RJ).

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