Estudo identifica meios de estimular desenvolvimento da cadeia produtiva da pecuária de corte no RJ

Identificar o potencial de mercado da pecuária de corte do Estado e sugerir sistemas de padronização para desenvolver o setor e torná-lo competitivo no estado são o objetivos do Diagnóstico da Cadeia Produtiva do Gado de Corte do Estadoapresentado na Alerj. nesta segunda feira (30/05).

Identificar o potencial de mercado da pecuária de corte do Estado e sugerir sistemas de padronização para desenvolver o setor e torná-lo competitivo no estado. Estes foram os objetivos do evento promovido nesta segunda feira (30/05), pelo Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio, para apresentar o Diagnóstico da Cadeia Produtiva do Gado de Corte do Estado, criado para servir como fonte de referência para as políticas públicas voltadas para a agropecuária, e produzido pela Federação da Agricultura, Pecuária e Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Faerj) em parceria com o Sebrae-RJ. O evento foi aberto pelo deputado Sabino e contou com a participação do secretário de Estado de Agricultura, Christino Áureo, além de produtores rurais, donos de frigoríficos e gestores municipais. "Temos que focar em 3 palavras essenciais para o setor – qualidade, qualidade e qualidade". Segundo o diagnóstico, além do Brasil não exportar carne processada – o que agregaria valor ao produto aumentando seu preço –, o número de estabelecimentos que promovem a desossa, por exemplo, é muito pequeno. Logo, o produtor que cria animais de excelência tem seu produto misturado a outro, de baixa qualidade. Isso acaba influenciando no preço da carne.

Segundo o presidente da Federação da Agricultura, Pecuária e Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Faerj), Rodolfo Tavares, uma das prioridades é o aprimoramento da Lei 5100 – do ICMS Verde. "O produtor rural, alem de produzir alimentos, não pode ter também a obrigação de ser um jardineiro da sociedade. A lógica da punição deve ser invertida. Estamos estudando uma forma jurídica de premiá-los pelos serviços ambientais prestados. É preciso que as áreas de preservação natural possam representar um contrato que remunere o produtor que proteja e preserve estas áreas", afirmou.

 Realizado entre 2008 e o fim de 2010, através de uma parceria entre a Federação de Agricultura, Pecuária e Pesca do Estado do Rio (Faerj) e o Sebrae-RJ, o diagnóstico – pioneiro no Rio de Janeiro. Segundo o presidente da Faerj, Rodolfo Tavares, o trabalho desenvolvido foi satisfatório e atendeu as necessidades dos produtores rurais. "Nosso objetivo é, através do manejo, intensificar o desfrute desse rebanho, abatendo o gado mais precocemente e trazendo mais qualidade para o consumo. Queremos que o produtor consiga, também, gerar mais empregos, para atender um mercado com o poder aquisitivo cada vez mais elevado. Por meio de uma melhor distribuição da cadeia produtiva, desde as atividades primárias de cria e recria até o abate, poderemos ter uma carne melhor para ser consumida no mercado", explicou Tavares.

Dentre os problemas encontrados no setor no Estado do Rio está o esvaziamento do meio rural. "Hoje em dia o meio rural do interior do nosso Estado sofre uma concorrência desleal em termos de mão de obra por conta das oportunidades criadas pelos empreendimentos do petróleo. E a pecuária de corte parece ser o último baluarte de atividade que ainda consegue ocupar o território e gerar algum emprego", explicou o professor Moacyr Fiorillo Bogado, um dos responsáveis pela elaboração do diagnóstico. Mas se o petróleo é um problema, dele também pode advir soluções para a melhoria da produtividade da pecuária. "Em relação á produtividade da pecuária, o principal gargalo é o da fertilidade dos solos. Aumentando a fertilidade dos solos, você permite que a vegetação expresse o seu potencial e produza muito alimento na forma de forragem. E esse aumento da fertilidade passa pela adição de três nutrientes: nitrogênio, fósforo e potássio. O nitrogênio é o mais caro dos três, mas ele é produzido a partir do petróleo. Então fica a sugestão: investir na produção de uréia, que é a fonte nitrogenada que iria ser utilizada nesses solos", disse Bogado.

Anúncio da Secretaria de Agricultura animou o setor

Até novembro de 2011, toda produção bovina do estado será vacinada contra a febre aftosa. Foi o que afirmou o Secretário de Estado de Agricultura e Pecuária, Christino Áureo, durante apresentação do "Diagnóstico da Cadeia Produtiva de Gado de Corte no Estado do Rio". A última campanha de vacinação do gado fluminense aconteceu em novembro de 2010 e serviu para imunizar os animais contra raiva, brucelose e leptospirose. "O Rio de Janeiro completará 15 anos livre da febre aftosa. Sabemos que é uma doença que afeta os rebanhos, diminuindo e comprometendo toda a produtividade. Nosso esforço contra a doença está sendo recompensado, mas precisamos continuar na luta contra o bacilo transmissor", afirmou Áureo.

 A febre aftosa é causada por um vírus que atinge animais bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos e suínos. Entre os sintomas, provoca febre, feridas (aftas) na boca e nos cascos, dificultando a alimentação e a movimentação dos animais, o que leva a uma rápida perda de peso e queda na produção de leite. Além disso, a doença é altamente transmissível. Em função desses fatores, a febre provoca sérios prejuízos aos produtores, com a rejeição da carne bovina pelo mercado internacional, principalmente no países já reconhecidos como áreas livre de febre aftosa.

  • DSC09841
  • DSC09850
  • DSC_0069
  • forum_caureo_ac_30_05_11
  • forum_geral_ac_30_05_11


Leia a transcrição completa do evento
Veja aqui as apresentações dos palestrantes
Baixe aqui a versão PDF do Diagnóstico da Cadeia Produtiva da Pecuária de Corte do Estado do Rio de Janeiro
Confira o programa Rio em Foco sobre este tema
Acompanhe a repercussão do evento na imprensa
Leia a transcrição completa do evento [PDF]
Leia a transcrição completa do evento [PDF]
Leia a transcrição completa do evento [PDF]