Talvez muito em breve o Brasil se una a outras nações no que se refere a avanço do transporte público ferroviário. Está marcada para abril a aprovação, pelo Congresso Nacional, da MP 511/2010, que autoriza a União a emprestar até R$ 20 bilhões, por meio do BNDES, ao consórcio vencedor da licitação para construir o Trem de Alta Velocidade (TAV) entre Campinas, São Paulo e o Rio de Janeiro. Para discutir as conseqüências, desafios e benefícios deste modal, será realizado no dia 1º de abril, o Fórum de Ferrovias, aberto ao público, com ciclo de debates dos projetos ferroviários em desenvolvimento no Brasil. Para o evento, foram convidados o diretor geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo, o superintendente de estruturação de projetos do BNDES, Henrique Amarante Pinto, o consultor legislativo do Senado Federal, Marcos José Mendes, e o ex-secretário executivo do Ministério dos transportes, Wando Pereira Borges.
“Certamente as cidades contempladas com estações do trem serão beneficiadas. A experiência internacional mostra que elas ganham dinamismo econômico”, explica o consultor legislativo do Senado Federal, Marcos José Mendes. “O uso desses recursos para dinamizar os transportes urbanos nas grandes capitais certamente traria retornos econômicos e sociais muito maiores como a redução do tempo de viagem casa-trabalho, redução do uso de veículos particulares com efeito positivo nos índices de congestionamento e poluição, melhoria da qualidade do transporte coletivo, aumento da produtividade das empresas com a redução do tempo perdido no trânsito, entre outros”, acrescenta o consultor.
Mendes acrescenta que se há vantagens, existem também muitas controvérsias a respeito do projeto, não só por seu alto custo, mas em relação à prioridade do projeto. “Para que se tenha uma idéia de como o TAV é caro, o segundo investimento mais caro do governo é a usina de Belo Monte, que vai custar a metade do preço do TAV. Uma quantidade tão grande de dinheiro certamente só deve ser aplicada em um investimento de altíssima prioridade. E certamente o TAV não tem essa prioridade. Ele transportará, na melhor das hipóteses, 35 milhões de passageiros por ano. Só o metrô de São Paulo transporta mais de 1 bilhão de passageiros por ano”, exmplifica.
Segundo Mendes, a necessidade para grandes pólos como Rio e São Paulo seria a de transporte ferroviário de carga, que reduziria os custos das exportações, impulsionando as vendas externas, o crescimento econômico e a geração de emprego.
A licitação para o Trem de Alta Velocidade (TAV) estava prevista para dezembro do ano passado, mas o Governo Federal decidiu adiar para 29 de abril o leilão. Grupos da Espanha, França, Alemanha, China e Coréia do Sul já manifestaram interesse pelo projeto.
Serviço:
Fórum de Ferrovias
Data: 1°de abril
Hora: 9h30 as 12h30
Local: Clube de Engenharia - Av. Rio Branco, 124/20° andar. Centro.
Entrada Franca
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Para outras informações sobre o evento: Ana Cristina – (21) 2178.9228 ou Margareth – (21) 2178.9256