Rio será sede do Congresso Internacional sobre sustentabilidade

A elaboração de uma agenda de sustentabilidade para o Brasil nas próximas décadas, criando diálogos entre representantes de empresas, governo e sociedade será o foco do evento “Sustentável 2011”, o 4º Congresso Internacional sobre desenvolvimento sustentável que acontecerá no Rio de Janeiro, em setembro deste ano.

A elaboração de uma agenda de sustentabilidade para o Brasil nas próximas décadas, criando diálogos entre representantes de empresas, governo e sociedade será o foco do evento “Sustentável 2011”, o 4º Congresso Internacional sobre desenvolvimento sustentável, que acontecerá no Rio de Janeiro, em setembro deste ano. A proposta foi apresentada nesta terça-feira (01/03), às 10h, durante a reunião da Câmara de Desenvolvimento Sustentável do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio de Janeiro, realizada no Sebrae, e organizada pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). O evento promoveu o lançamento do relatório “Visão 2050 - uma nova agenda para as empresas”.

O Visão 2050 foi elaborado pelo World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), em parceria com 29 empresas e 14 setores da indústria e traz diálogos com centenas de especialistas e representantes, de mais de 20 países, para desenvolverem uma agenda de ações para que o mundo possa chegar até 2050 com qualidade de vida, mas sem agredir o meio ambiente. "Este documento oferece uma boa base de reflexão que pode pautar tanto ações legislativas quanto de governo. Nossa proposta é coordenar a partir da Câmara Setorial de Desenvolvimento Sustentável uma série de reflexões sobre de que forma o estado do Rio pode alinhar ações na direção de uma economia verde", explicou a secretária-geral do Fórum de Desenvolvimento Estratégico do Estado, Geiza Rocha.

Segundo Marina Grossi, presidente do CEBDS, é preciso que todos tenham consciência quanto aos recursos naturais que estão sendo utilizados e focar no desenvolvimento como um todo, não somente na economia. “Não é possível conceber um mundo sustentável só do ponto de vista econômico. A inovação social tem um papel mais fundamental que a inovação tecnológica.”, afirma Marina, que chamou atenção para o momento oportuno que estamos vivendo para suscitar estas reflexões e aprofundá-las. O “Rio +20”, nome dado a Conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável, que acontecerá no Rio de Janeiro, de 4 a 6 de junho de 2012, é um exemplo disso.


Vinte anos após a “Rio Eco-92”, o encontro ocorrerá novamente no estado e a sua missão será produzir um documento político focado em promover o desenvolvimento sustentável e eliminar a pobreza. Segundo Suzana Kahn, subsecretária de economia verde do estado do Rio, a saída para conjugar estes dois desafios é adotarmos no estado uma Economia Verde, que pode acontecer tanto por meio da diminuição da emissão de carbono como pela absorção de carbono da atmosfera (emissão negativa). “Acreditamos que o que fazemos aqui tem grande potencial de servir como modelo para o resto do mundo. A medida em que se vai desenvolvendo, o uso do carbono vai diminuindo. Até porque, ou a gente acerta o passo com a economia do futuro ou vamos parar nisso”, relatou a representante do governo.

Kahn também ressaltou a agenda positiva, como a criação de uma nova fronteira científica tecnológica da economia de baixo carbono, aliada a um novo modelo de infraestrutura econômica; o emprego de instrumentos ambientais para direcionar o desenvolvimento sustentável no sentido da economia verde e o estabelecimento de princípios que irão nortear a viabilização dessa economia. “A chance de crescer da mesma forma que os mais ricos não existe mais. A transição para economia de baixo carbono é inevitável. Não será uma opção. O Rio de Janeiro e o Brasil não podem ficar defasados do modelo de desenvolvimento do futuro”, concluiu.

O economista Sérgio Besserman, representante da Prefeitura do Rio, ressaltou o momento positivo pelo qual Rio e o Brasil passam. "Temos a chance de nos tornarmos um modelo de cidade em direção à sustentabilidade. Não podemos mentir. Temos muitos fatores naturais a nosso favor, mas é preciso convergir ações para este caminho. Se tem custo, temos que decidir como nos comportar. É muito difícil dar dimensão economia verde, mas a emissão de gás carbônico é muito grave, então, precisamos dar mais atenção nesta transição.”, afirmou o economista.