João Baptista Ferreira de Mello: São Sebastião do Rio de Janeiro

Rio - Com nome e sob as bênçãos de São Sebastião, este Rio prossegue o seu curso de fé, amor, trabalho, garbo e beleza. No passado, os portugueses rogaram proteção a São Sebastião contra as flechas indígenas e as estratégias francesas.

Rio - Com nome e sob as bênçãos de São Sebastião, este Rio prossegue o seu curso de fé, amor, trabalho, garbo e beleza. No passado, os portugueses rogaram proteção a São Sebastião contra as flechas indígenas e as estratégias francesas. Em 2000, no ritmo da canção “Sebastian”, Gilberto Gil e Milton Nascimento juntaram seus talentos e entoaram: “Sebastião/diante de tua imagem/tão castigada e tão bela/penso na tua cidade/peço que olhes por ela ...”.

Sua imagem atlética de soldado da guarda de Dioclesiano pode conduzir a outros olhares, a tal ponto que os grupos gays o veneram como um ícone. No entanto, sua imagem desnuda resulta de martírio, vergonha e expiação, nos idos do século 3, quando foi flechado e morto por ser cristão.

Uma enorme e admirável imagem domina a Praça do Russel, na Glória. Mais do que isso: igrejas foram edificadas em sua honra, seja em Bangu, na Tijuca (Capuchinhos) ou na Esplanada de Santo Antônio, justamente a Catedral Metropolitana. Em sua parte exterior, um gigantesco cone, de autoria de engenheiros da PUC, cada quadrado ou retângulo simboliza um fiel se dirigindo aos céus. Do outro lado, as Torres Ventura Corporate espelham a grandeza deste sagrado lugar.

O interior, em seu gigantismo e simplicidade, conduz à ideia da pequenez do homem diante da obra do Senhor. E, no centro, pairando sobre o altar, um enorme e magnífico Crucifixo abençoa fiéis e visitantes, bem como protege e sagra o templo, em cuja parte superior uma cruz transparente a 75 metros de altura contribui para iluminar este glorioso santuário.

João Baptista Ferreira de Mello é coordenador do Projeto Roteiros Geográficos do Rio
e professor do Instituto de Geografia da Uerj

 


Publicado no jornal O DIA, no dia 19/01/2011