Setor de tecnologia da informação quer reforma da educação para garantir mão-de-obra qualificada

A melhoria na educação nos ensinos fundamental, médio e universitário para garantir uma mão-de-obra qualificada é o ponto crucial para o desenvolvimento do setor de tecnologia da informação, foi a posição consolidada pela Assespro-RJ durante o seminário “Pensando TI 2010 – O Rio que nós queremos”.

A melhoria na educação nos ensinos fundamental, médio e universitário para garantir uma mão-de-obra qualificada é o ponto crucial para o desenvolvimento do setor de tecnologia da informação. Foi esta a posição consolidada nesta terça-feira, 1º de dezembro, pela Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação-Seção Rio de Janeiro (Assespro-RJ) durante o seminário “Pensando TI 2010 – O Rio que nós queremos”, que reuniu mais de cem profisisonais da área .
Considerado um dos pólos do país de tecnologia da informação, a cidade tem uma concentração acadêmica nessa área, com duas instituições de referência: a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio). Durante a abertura do evento, o presidente da Assespro-RJ, Ilan Goldman, falou sobre a importância das empresas de TI para o cenário econômico do Rio de Janeiro, principalmente com as recentes conquistas como Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas.
Uma “revolução na educação” é o que espera Goldman, que faz uma analogia com o atual problema de segurança pública do Rio de Janeiro. “Não tem mais jeito: temos que fazer a retomada da educação, como houve com o Complexo do Alemão. Temos que parar de tapar o sol com a peneira e enfrentar o problema. A sociedade tem que se mobilizar”.
O crescimento do Rio e do país como um todo não foi acompanhado pelo crescimento quantitativo e qualitativo da mão-de-obra do setor. “A mão-de-obra nova é mal treinada e mal educada”, afirmou o jornalista e comentarista da rádio CBN Carlos Alberto Sardenberg, um dos palestrantes do encontro, explicando que a deficiência em educação causa uma deficiência no principal caminho para o desenvolvimento do Brasil: ciência e tecnologia. “Esse é o passo que o Brasil não está dando e tem que dar. Precisamos de uma liderança mobilizadora para convencer o país de que uma reforma na educação é urgente”.
A subsecretária de Educação do município, Helena Bomeny, socióloga do CPDOC-FGV e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, comentou sobre a importância do Twitter como ferramenta de aproximação entre a secretária Claudia Costin e os profissionais da rede pública de ensino. “Já são quase 8 mil seguidores, que informam detalhes e necessidades do dia-a-dia das escolas, e ainda dão retorno sobre as ações implementadas pela Prefeitura”. Helena também explicou como vai funcionar a Educopédia, plataforma online colaborativa de aulas digitais, que visa a dar aos alunos um espaço na internet para atividades educacionais que vão além do banco das escolas.
Outro ponto abordado pelos participantes do Pensando TI foi a dificuldade que as empresas têm em crescer no Rio de Janeiro, com impostos elevados e infraestrutura limitada. "É complicado sair do campo das ideias e entrar no mundo dos negócios”, disse Sardenberg, ressaltando que o problema afeta, principalmente, empresas como as desenvolvedoras de software. Para o vereador Rubens Andrade, a redução do ISS de 5% para 2%, assunto que está sendo debatido na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, é de extrema importância para alavancar o crescimentos das empresas locais de TI.
Durante o evento também foi discutido o fortalecimento do setor de TI para atender pequenas empresas, incluindo estabelecimentos comerciais do setor de varejo. Segundo Franklin Coelho, secretário municipal de Ciência e Tecnologia, projetos como o Piraí Digital, que democratizou o acesso aos meios de informação e comunicação no município de Piraí, geram oportunidades de desenvolvimento econômico e social.  “A Prefeitura do Rio criará uma agenda de inovação e que pretende implantar uma rede fibrada atendendo, inclusive, as comunidades”.
 
Empresas de grande porte, como a Ipiranga, disponibiliza serviços especializados, mas enfrenta o entrave da falta de estrutura no setor. “O relacionamento com o consumidor final é prejudicado, pois ele não consegue ter acesso ao que temos para oferecer”, disse Laila Azedia, representante da empreas. A falta de estrutura também foi ressaltada pelo CIOs da L’Oréal do Brasil, Sérgio Hart, e do Grupo Hermes/Compra Fácil, Jacques Nigri, durante a primeira mesa. Durante o evento, Hart mencionou a importância do desenvolvimento da TI para o varejo e contou que a L’Oréal se prepara para fazer a venda de seus produtos para salões de beleza da periferia e baixa renda por SMS.
 
A criação de oportunidades de negócios para driblar as dificuldades encontradas hoje pelas empresas foi destacada pela jornalista de tecnologia Cristina De Luca. Cristina abordou a relação redes sociais nas empresas: “Hoje elas são fundamentais para a relação com o consumidor, quando se faz um bom uso delas”.
 
O seminário Pensando TI 2010 foi parte do projeto Ecossistema, desenvolvido pela entidade em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae). O projeto visa ao compartilhamento de infirmações e de oportunidades de negócios para empresas do setor de informática.