FGV avalia desempenho do Bilhete Único no Estado do Rio

O Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV) realizou um estudo sobre o Bilhete Único de transporte intermunicipal (BU) da região do Grande Rio, a fim de avaliar os desdobramentos dessa ação governamental. O efeito é diretamente sentido na procura por um emprego. Clique aqui e fique por dentro da pesquisa.

O Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV) realizou um estudo sobre o Bilhete Único de transporte intermunicipal (BU) da região do Grande Rio, a fim de avaliar os desdobramentos dessa ação governamental. A pesquisa concluiu que a implantação do BU gerou melhoria na renda, com ganhos no orçamento familiar, e teve efeitos diretos na expansão do emprego formal nas áreas mais pobres da capital e nos municípios periféricos.

O efeito é diretamente sentido na procura por um emprego. Como ficou mais barato para o empregador contratar um indivíduo que vive distante do local de trabalho, as oportunidades potenciais de novos postos de trabalho no Rio de Janeiro foram ampliadas. Segundo o estudo, houve economia no custo de cada viagem realizada com o uso do bilhete único, o que viabilizou destinar essa verba para outros fins, principalmente, alimentação. De acordo com a pesquisa, a reforma tarifária reduziu de 74 para 12 o número de tarifas vigentes no Grande Rio, o que possibilitou redução de 57% das 516 linhas de ônibus. A tarifa máxima passou de R$ 17,30 para R$ 7,10 (redução de 59%).

O estudo realizado pela FGV mostra que sem transporte público acessível, a oferta de trabalho para os moradores se concentrava próximo à residência, ou forçava as pessoas a buscarem moradia em favelas perto de onde trabalhavam. A pesquisa cita como exemplo a Rocinha, onde 40% das mulheres são domésticas e trabalham nos bairros próximos.


O FUNCIONAMENTO


Em fevereiro, o governo no Estado implantou o primeiro bilhete único intermunicipal do país, por meio de subsídio direto no preço da tarifa, ou seja, o governo entra com uma parte do pagamento para se assegurar que os preços se mantivessem em patamares baixos. A tarifa subsidiada passou a custar R$ 4,40 por viagem intermunicipal, que duram até duas horas, e depois estendidas a mais duas horas e meia, o que, segundo o levantamento, reduziu em mais de 50% no valor total da viagem. Esse tipo de ação para a população da Baixada Fluminense é essencial, já que 75% dos habitantes do Estado vivem no chamado Grande Rio, trabalhando na capital e morando no subúrbio da cidade ou nos bairros periféricos.

Desde o seu lançamento, 1,3 milhões de pessoas utilizaram o serviço ao menos uma vez, totalizando 159 milhões de viagens, o que significa que a média diária de viagens aumentou de 582 mil para 780 mil por dia. A despesa média de transporte coletivo era de R$ 95 por mês, por usuário, ocupando parcela maior do orçamento familiar que a parte destinada à alimentação.

OUTROS ESTUDOS


Segundo o relatório “Cities on the Move” (Cidades em movimento, em tradução livre), feito pelo Banco Mundial (Instituição financeira que concede empréstimos a países em desenvolvimento), a renda média daqueles que utilizam carros nas cidades da América Latina é muito superior à renda daqueles que se locomovem por meio de transporte público.

De acordo com o Gallup World Poll de 2009 (Relatório mundial da consultoria Gallup), apenas metade da população está satisfeita com o transporte público diário proporcionado nas grandes cidades do país. Nos 150 países pesquisados, a consultoria coloca o Brasil na 110ª posição.

 

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