Laboratório da Uenf é destaque na área petrolífera

A extração do primeiro óleo na camada pré-sal da Bacia de Santos é atualmente o capítulo mais importante da história do petróleo no Brasil. Mas cientistas da Uenf continuam desenvolvendo o seu já experiente programa de formação de recursos humanos e pesquisas tecnológicas para revelar novas descobertas. Saiba mais.

A extração do primeiro óleo na camada pré-sal da Bacia de Santos é atualmente o capítulo mais importante da história do petróleo no Brasil. Mas cientistas da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) continuam desenvolvendo o seu já experiente programa de formação de recursos humanos e pesquisas tecnológicas para revelar novas descobertas e, assim, transformar mais uma vez a indústria petrolífera do estado do Rio de Janeiro. É no Laboratório de Engenharia e Exploração de Petróleo (Lenep) que acontece a grande corrida atrás do “ouro negro” fluminense.

Instalado no município de Macaé, o laboratório tem alcance estratégico por estar próximo da maior base operacional da Petrobras e de outras 50 empresas nacionais e internacionais de exploração de petróleo. O setor de Petróleo e Gás é fonte da maior riqueza da cidade da Região Norte Fluminense, responsável, atualmente, por 80% da produção nacional do mineral. Há 16 anos, o Lenep ajuda a formar mão de obra em cursos de graduação em Engenharia de Exploração e Produção de Petróleo e de pós-graduação em Engenharia de Reservatório e de Exploração.

São muitos os projetos de pesquisa realizados pelo laboratório. A criação do Núcleo de Competência Regional em Campos Marítimos, uma parceria com a Petrobras que analisa as características de reservatórios da Bacia de Campos, garantiu aumento de recursos à Uenf nos próximos três anos para a aquisição de equipamentos e melhorias na infraestrutura. O Lenep também está à frente dos estudos do pré-sal. A ideia é criar o Sistema de Capacitação, Ciência e Tecnologia em Carbonatos, para gerar conhecimento que proporcionem a exploração comercial do petróleo armazenado nas rochas carbonáticas.

“As reservas serão triplicadas por causa da exploração do petróleo na camada pré-sal. Podemos chegar ao mesmo nível da Venezuela. O pré-sal, uma porção do subsolo que se encontra sob uma camada de sal situada a alguns quilômetros abaixo do leito do mar, causará impacto no Norte Fluminense, principalmente por causa do estabelecimento de indústrias de petróleo e gás em cidades como Macaé”, explicou o vice-reitor Abel Carrasquilla, lembrando que a Uenf foi pioneira no país na oferta de graduação em Engenharia do Petróleo.

Em menos de um ano, o Núcleo de Competência em Campos Marítimos já mostrou sua importância e inovou encomendando da Austrália um sistema, único no Brasil e o quinto no mundo, de modelagem física que simula, em laboratório, o que acontece no mar, na área de exploração e caracterização de petróleo. Adaptados para atender as peculiaridades dos reservatórios brasileiros, os equipamentos vão começar o trabalho pelo pós-sal, mas serão utilizados também na extração de óleo na camada pré-sal.

“Esse equipamento é essencial porque mostra o que está acontecendo em alto mar. Funciona como uma ultrassonografia, que verifica,por meio de imagem e som, por exemplo, se um feto está bem. Em um reservatório, esse aparelho é importante para assegurar que os profissionais não perfurem uma área às escuras. É preciso ter um alvo certo, simulando diferentes situações.O reservatório de pré-sal na Bacia de Santos tem, no total, sete quilômetros. É preciso ter cautela”, afirmou Abel Carrasquilla.

De produto utilizado para pavimentar estradas, embalsamar os mortos no antigo Egito e construir pirâmides, o petróleo é hoje considerado estratégico na sociedade moderna. Um dos desafios dos cem alunos e 15 pesquisadores do Laboratório de Engenharias e Exploração de Petróleo é descobrir essa riqueza em regiões isoladas e promover o desenvolvimento de municípios como Macaé, que nos últimos dez anos teve sua economia alavancada em 600% por causa do óleo extraído a dois mil metros de profundidade do mar.

Fonte: D.O. do Estado do Rio de Janeiro - 3 de novembro de 2010