Rio, vocação para o audiovisual

A indústria criativa é vital para a economia fluminense. A avaliação é de Silvia Rabello, vice-presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Audiovisual do Rio e diretora do Labo Cine – a maior empresa nacional do segmento de pós-produção. Em entrevista à Carta da Indústria, Silvia destaca iniciativas de fomento ao audiovisual.

A indústria criativa é vital para a economia fluminense. A avaliação é de Silvia Rabello, vice-presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Audiovisual do Rio de Janeiro (Sicav) e diretora do Labo Cine – a maior empresa nacional do segmento de pós-produção e finalização. Em entrevista à Carta da Indústria, Silvia destaca iniciativas de fomento ao audiovisual do Rio, como o concurso Curta Criativo, do Sistema FIRJAN.

Carta da Indústria – Qual sua avaliação do cenário atual da indústria audiovisual fluminense?

Silvia Rabello – A economia da cultura, que engloba toda a cadeia produtiva que é movimentada pelo setor, é um fator muito importante para o Estado do Rio. E, nesse contexto, a indústria audiovisual é um grande fator de desenvolvimento estadual. O Rio de Janeirotem essa vocação para o sucesso, para o audiovisual, para produtos que despertem o interesse do público. O governo do Rio precisa, talvez por conta dessa própria característica da atividade, estar mais ao lado dos produtores fluminenses. Os produtores de São Paulo, de Minas, dos estados do Nordeste e do Rio Grande do Sul contam com leis municipais e estaduais muito bem administradas e desenvolvidas, que dão aos produtores locais uma posição de destaque quando vão tentar, por exemplo, um edital, porque eles já vêm com supor- te. O Estado do Rio ficou muito tempo longe dessa parceria com a produção, isso está mudando, não se muda de um dia para o outro, o governo do estado vem tentando inverter essa situação.

CI – De que forma a indústria audiovisual poderia se tornarmais competitiva?

SR – Para ser mais competitiva, as produçõesbrasileiras deveriam encontrar o seu diálogo com o público. Em termos de prestação de serviço, no caso da finalização, em que sofremos uma concorrência muito grande da Argentina por problema de preço, passa pela questão do custo do Brasil: impostos e leis trabalhistas. Enquanto o País não tiver coragem para rever suas legislações trabalhista e tributária, fica muito difícil ser competitivo nesse aspecto. Quanto à criatividade e ao talento, ninguém barra.

CI – Como vê a atuação do setor privado para o desenvolvimento da indústria audiovisual?

SR – As empresas privadas não têm muito hábito de investir em produções, ou quando fazem são por meio de suas fundações. É muito importante que o cinema encontre a sua vertente mais comercial, procurando inclusive se utilizar do próprio merchandising.

CI – Como vê a atuação do Sistema FIRJAN para o desenvolvimento da indústria criativa fluminense?

SR – O Sistema FIRJAN é um parceiro estratégico, com quem queremos cada vez mais estreitar o relacionamento. Vem trabalhando intensamente para o desenvolvimento do Estado do Rio e também para a indústria audiovisual fluminense. Estamos com um projeto para a realização de um evento, em que iremos explicar aos empresários as leis de incentivo fiscal.

Nosso intuito é estimulá-los a usar esses mecanismos a fim de incentivar o desenvolvimento local. A indústria criativa é vital para a economia do estado, pois é uma incrível geradora de empregos.

CI – Qual a importância do Curta Criativo para o Estado do Rio?

SR – É uma iniciativa muito importante para quem está iniciando uma carreira, porque estimula e abre horizontes. É um ótimo momento para aprender, e o curta é muito interessante nesse caminho. E ainda vale para o portfólio. Além disso, estimula outras instituições a criarem projetos nesse mesmo viés, fomentando, assim, de certa forma, a indústria audiovisual no Rio.

 

Matéria retirada da revista Carta da Indústria do Sistema Firjan – nº 477 – 12 a 18 de agosto de 2010.