Custos para abrir uma empresa são abusivos, segundo a Firjan

O custo médio para abertura de empresas no Brasil é de R$ 2.038, contra R$ 1.213 na Colômbia, R$ 315 no Canadá e R$ 559 na Rússia. Esse valor varia 274% entre os estados brasileiros, sendo o mínimo na Paraíba (R$ 963) e o máximo em Sergipe (R$ 3.597). O custo do alvará sanitário pode representar até 41% do total, como no Rio.

O custo médio para abertura de empresas no Brasil é de R$ 2.038, contra R$ 1.213 na Colômbia, R$ 315 no Canadá e R$ 559 na Rússia. Esse valor varia 274% entre os estados brasileiros, sendo o mínimo na Paraíba (R$ 963) e o máximo em Sergipe (R$ 3.597). O custo do alvará sanitário pode representar até 41% do total, como no Rio de Janeiro. Os dados são da pesquisa do  Sistema Firjan, “Quanto custa abrir uma empresa no Brasil?”.

O estudo mostra que o custo para abertura de empresas no Brasil chega a ser mais de três vezes superior ao custo médio encontrado nos outros países do grupo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China). Considerando o número de empresas abertas em 2008, o estudo aponta que o gasto total no Brasil foi de R$ 430 milhões. A Federação diz que se as taxas brasileiras fossem semelhantes às dos outros países do grupo dos Brics, esse gasto teria sido de R$ 166 milhões.

Uma solução para diminuir estes custos é unificar as interfaces, diminuindo a burocracia. De acordo com o especialista da International Finance Corporation, World Bank Group, Dobromir Christow, já está em funcionamento em diversos países, o sistema One-Stop Shop, que promove a integração entre as instituições e possibilita a abertura de empresas em até 15 minutos, como no caso da Nova Zelândia. "A ideia é ter uma interface unificada. Podemos oferecer serviços melhores quando temos o processo inteiro unificado.", disse o especialista.

O superintendente da Junta Comercial do Rio de Janeiro , José Luciano da Silva, falou sobre o novo sistema de Abertura e Legislação de Empresas do Rio de Janeiro (Regin), que integra dados de vários entes envolvidos no processo de abertura e legalização de empresa (Junta Comercial, Receita Federal, IBGE, advogados, demais órgãos municipais, estaduais e federais) e permite a entrada de dados em um único formulário, evitando que o empreendedor se desloque para vários lugares. Dos 92 municípios, o sistema já foi implantado em 33. Na cidade do Rio de Janeiro vai entrar no ar em meados de agosto. "O empresário ainda hoje para abrir uma empresa precisa fazer uma romaria. Agora estamos partindo para o sistema integrado. De sua casa, o empreendedor acessa o site da Junta Comercial e faz tudo por lá".

O secretário de comércios e serviços do MDIC, Edson Lupatini, e o presidente do Instituto Hélio Beltrão e Diretor da Veirano Advogados, João Geraldo Piquet Carneiro criticaram bastante o Regin, informando que se trata apenas de uma transferência de toda a burocracia para o meio online. Para João Geraldo, "o reconhecimento de firma e a autenticação são os vícios mais antigos da nossa burocracia. Entre as dificuldades de implantação está a cultural", disse, falando ainda que o processo de migração do carimbo ao teclado é complicado. "No Rio de Janeiro, é gasto cerca de 1 milhão de reais por mês de firma reconhecida".