No contexto mundial pós-crise, a recuperação das economias centrais e o crescimento acelerado das economias emergentes têm contribuído para o aumento das exportações fluminenses. Com desempenho superior ao nacional devido à conquista de mercados mesmo no ambiente de crise, as exportações do Estado alcançaram em maio a maior participação histórica no acumulado em 12 meses: 10,4% das vendas externas do País. Esse resultado ficou acima da meta de 9,5% apresentada no Mapa do Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro, lançado pelo Sistema FIRJAN em 2006, quando a participação fluminense se restringia a 8,3%. Os dados constam do boletim Rio Exporta, elaborado pela Divisão de Estudos Econômicos da Diretoria de Desenvolvimento Econômico do Sistema FIRJAN, em parceria com o Centro Internacional de Negócios.
De janeiro a maio, o comércio exterior fluminense registrou excelentes resultados, incluindo novos recordes: US$ 7,9 bilhões em vendas externas e US$ 5,7 bilhões em compras externas, determinando um saldo comercial de US$ 2,3 bilhões – valor superior ao acumulado de todo ano passado (US$ 1,9 bilhão). Neste início de ano, as exportações do estado do Rio de Janeiro alcançaram melhor desempenho que a média nacional: alta de 105% ante 27%.
Retomada
Em maio, as exportações fluminenses verificaram o maior resultado mensal do ano: US$ 2,2 bilhões. Na comparação com 2009, as exportações mais que dobraram – tanto no mês como no ano, acompanhando o desempenho do petróleo, valendo-se não só da recuperação do preço do barril no mercado internacional como também do aumento da quantidade demandada. Mas o excelente resultado mensal também contou com a contribuição dos produtos manufaturados, que apresentaram desempenhos significativos tanto de exportações como de importações. ‘’Concentrada em máquinas e equipamentos, a alta das importações é um dado positivo e aponta para uma expansão dos investimentos da indústria fluminense’’, explicou o chefe da Divisão de Estudos Econômicos do Sistema FIRJAN, Guilherme Mercês.
Quanto às exportações, a indústria de transformação fluminense apresentou resultados positivos em todos os meses de 2010. Os setores Químico e de Material de Transporte refletem a maior venda de óleos combustíveis e de automóveis. O setor têxtil e de confecções também vai de vento em popa. É o caso da Alessa, grife da estilista carioca Alessa Migani, que hoje exporta para países como Arábia Saudita, Emirados Árabes, Japão, França, Austrália, Nova Zelândia, Inglaterra, Rússia e Itália. Um case de sucesso. De janeiro até agora, a empresa apresentou crescimento de 20% nas vendas externas. ‘’Estamos investindo bastante em feiras e na fidelização dos clientes. Os bons resultados das vendas devem-se à exposição das peças em feiras no Brasil, como o Fashion Rio, e no exterior’’, explica. Em setembro, ela apresenta sua coleção no Who´s Next Fame e, em outubro, no Carroussel do Louvre, ambas em Paris. ‘’É um desafio, pois o euro e o dólar estão em baixa, mas estou esperando bom retorno.’’
Liderança
OLALACMSFOTO02OLALACMSRefletindo a pujança das economias emergentes, a China inicia o ano como principal parceiro comercial do Estado do Rio de Janeiro (US$ 1,8 bilhão em exportações), no período de janeiro a maio, por conta das vendas de petróleo e carne, desbancando os Estados Unidos. ‘’Além dos chineses, o ritmo acelerado de crescimento da economia da Índia contribuiu para o valor cinco vezes maior das vendas para a Ásia’’, explicou Guilherme Mercês. Outros países também têm contribuído para o desenvolvimento das exportações do Estado. Um exemplo é a retomada das vendas de automóveis e de peças produzidos pela indústria do Sul fluminense e destinadas à Argentina, sinalizando o reaquecimento desse mercado, muito impactado pela crise.
Alimentos e Bebidas
O Rio Exporta traz, ainda, mensalmente, uma seção especial com importantes segmentos industriais do Estado. Neste ano, após as indústrias de Granitos e Mármores e de Mobiliário, o boletim apresentou em maio uma análise detalhada das relações de comércio exterior da indústria de Alimentos e Bebidas, com dados para mercadorias, destino das exportações e participação por unidade da Federação, com foco no estado do Rio de Janeiro. Neste início de 2010, a indústria fluminense de Alimentos e Bebidas registra avanço de 10,1% nas exportações. Destaque para as vendas de carne. Nas compras externas, sobressaiu-se o malte argentino, matéria-prima para a indústria cervejeira. ‘’Este crescimento é um sinal do aquecimento da indústria cervejeira do Estado, berço da primeira cervejeira do país, fundada em 1853 e instalada na Região Serrana fluminense’’, lembrou Guilherme Mercês.
Matéria publicada na revista Carta da Indústria, publicação do Sistema Firjan, edição 472, com data de 8 a 14 de julho de 2010.