Completando cinco meses de funcionamento, o Sistema de Bilhete Único Intermunicipal do Rio de Janeiro, que dá direito a duas passagens, sendo uma delas intermunicipal, pelo preço fixo de R$ 4,40, ultrapassa a marca de 1 milhão de usuários com mudanças em seu uso, desafios e alvos alcançados.
Estão incluídas no sistema, as linhas de ônibus intermunicipais, as linhas de vans intermunicipais, trens, barcas e metrô. O Bilhete Único (BU) ambiciona promover um novo padrão de mobilidade urbana, permitindo a utilização de mais de um veículo a um preço inferior à soma das atuais tarifas individuais, ou seja, reduzir os custos para os usuários.
Sendo o custo do transporte um fator determinante na decisão de contratar um funcionário ou não, o BU, por reduzí-lo, aumenta a empregabilidade do trabalhador que não reside nas proximidades da sua área de trabalho.
‘’O bilhete único representa uma grande economia para a maioria dos beneficiados, mas pode-se fazer mais. Como não temos terminais de ônibus (ou de baldeação), acabamos por ter diversas linhas superpostas em boa parte do trajeto, e caso ocorra algum congestionamento grave, o bilhete único perde sua função’’, diz o profissional liberal Marcus Vinícius Brasil, 35 anos, que mora em São Gonçalo e trabalha no Centro do Rio. Além disso o usuário reclama da dificuldade em recarregar o cartão, pois o site fica fora do ar com frequencia e o local mais próximo é o Terminal João Goulart, no Centro de Niterói. O terminal permanece com longas filas e, segundo ele, muitos dos locais que constam no site não realizam a recarga.
A Secretaria Estadual de Transportes informou que há a intenção de ampliar o número de usuários do Bilhete Único, por isso há a negociação com a Riocard para a abertura de mais postos de cadastramento. Há expectativa de postos em São Gonçalo, mais ainda não previsão. O município lidera o ranking de utilização do BU no estado do Rio, são cerca de 60 mil pessoas por dia que embarcam ou desembarcam no município com utilização do Bilhete Único. Os cinco que mais utilizam o serviço, são: São Gonçalo, Duque de Caxias, Niterói, Nova Iguaçu e Magé.
Segundo o órgão, os períodos de maior utilização do bilhete são os horários de pico: o da ida para o trabalho, até às 9 da manhã, e o da volta pra casa, até às 8 da noite. O que mostra que a maior parte dos usuários são trabalhadores, que necessitam do incentivo.
Neste ano, no dia em que o sistema completou cinco meses, o intervalo entre o primeiro e o segundo embarque passou de duas para duas horas e meia. Com este acréscimo de tempo nas viagens, o Governo do Estado espera atender ainda mais usuários do sistema público de transportes que fazem viagem intermunicipal. Já foram investidos cerca de R$ 70 milhões, o que significa um subsídio médio por pessoa de R$ 63,63 desde fevereiro.
De acordo com o Secretário Estadual de Transportes, Sebastião Pinto Neto, ‘’Este é um dos maiores programas sociais do Governo do Estado. Mas apesar disso, percebemos que ele não estava sendo aproveitado justamente por quem mais precisa, aquelas pessoas que moram em áreas mais afastadas dos centros dos municípios atendidos pelo programa. Com este acréscimo de meia hora no intervalo entre o primeiro e o segundo embarque, esperamos atender até 99% da população que utiliza o transporte público intermunicipal na Região Metropolitana.”
O diretor de Marketing e Comunicação da Fetranspor, João Augusto Monteiro, também ressaltou ‘’A Fetranspor é fornecedora do sistema que viabilizou a bilhetagem eletrônica no Estado, incluindo o BU. A bilhetagem eletrônica está implementada desde 2005 no Estado do Rio de Janeiro, e tem registrado no sistema mais de 4 milhões de usuários com cartões RioCard para vale transporte e gratuidades. Este mesmo sistema foi selecionado para suportar os cartões do BU do Estado do Rio de Janeiro, com mais de 1 milhão de utilizações desde fevereiro funcionando perfeitamente. A aprovação do sistema deve ser feita pelos usuários, mas atende os requisitos de comodidade e segurança e redução de tarifas agora oferecidas pelo BU. Hoje, aproximadamente 60% dos 9 milhões de passageiros/ dia do transporte urbano por ônibus pagam suas passagens com cartões eletrônicos, um percentual em crescimento’’.
COMO FUNCIONA
Qualquer pessoa pode adquirir o Bilhete Único, independentemente de ter emprego, de sua classe ou condição financeira. Para aderir ao cartão, o indivíduo deve se dirigir a um dos dois postos de cadastramento: o Terminal Rodoviário João Goulart, no Centro de Niterói, ou a Central do Brasil, no Centro do Rio. Os locais funcionam das 8 horas às 18 horas e o usuário deve levar identidade, CPF e o CEP residencial. A carga pode ser feita mediante pagamento em dinheiro à rede de recarga RioCard (mínimo de R$ 4,40 e máximo de R$ 300).
Também é possível adquirir o benefício pela internet, no site www.riobilheteunico.proderj.rj.gov.br. O usuário precisa realizar cadastro e escolher se quer retirar o cartão em um posto de cadastro ou quer que ele seja entregue. No caso de entrega, o prazo é de cinco dias úteis e há uma taxa. Há cartões pré-carregados, vendidos com os valores de R$ 44 e R$ 88 nas agências do Unibanco e Lojas RioCard – mas os cartões também precisam ser cadastrados no site para habilitar o Bilhete Único. Informações: 0800 726 0802.
O BU é válido na Região Metropolitana, nos seguintes municípios: Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí,Itaguaí, Japeri, Magé, Mangaratiba, Maricá, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Paracambi,Queimados, Rio de Janeiro, São Gonçalo, São João de Meriti, Seropédica e Tanguá.