Com o objetivo de ser uma plataforma de difusão, debate e fomento ao setor de animação cultural no país, o Festival Anima Mundi completa 18 anos. A edição 2010 começa nesta sexta-feira (16/07). Pode-se dizer que o festival chega à maioridade comemorando a expansão do mercado brasileiro de animação, as mais de 300 inscrições de filmes brasileiros este ano podem atestar a efervescência do setor.
Na cidade do Rio, o festival será exibido no Centro Cultural Banco do Brasil, Casa França-Brasil, Centro Cultural Correios, Praça Animada, Odeon BR, Oi Futuro (Ipanema e Flamengo) e Arteplex. Para esta edição, que vai até o dia 25 de julho, os diretores receberam mais de 1500 inscrições e selecionaram 452 filmes de lugares como França, Alemanha, Austrália, Israel, Polônia, Argentina, Taiwan, Letônia, Coréia do Sul, Finlândia, Rússia, Singapura e China, além da estreante República da Macedônia. O país com maior número de obras é o Brasil, com 108 títulos.
De acordo com a analista de novos investimentos e infraestrutura do Sistema Firjan, Daniela Brayner, "O Anima Mundi é fundamental para o desenvolvimento da economia criativa do Rio de Janeiro, não só pela exposição de conteúdo audiovisual criativo, mas por abrir espaço para a discussão de temas importantes como os programas de incentivo e a exportação de nossos talentos para o mercado internacional, sem falar nas parcerias que surgem nas sessões de pitching".
Enquanto crianças e adultos aprendem os primeiros passos de variadas técnicas de animação (stop-motion, desenho, pixilation, película) nas concorridas oficinas gratuitas, os animadores profissionais vão se reunir para a quinta edição do Anima Fórum. Ao todo, serão quatro mesas de debate - entre 20 e 23 de julho - com temas como séries para a televisão, o treinamento de animadores e a produção em 3D no Brasil.
O tradicional concurso online do festival, o Anima Mundi Web & Cel, tem duas categorias este ano: “Tema geral” e “18 anos”. O artista escolhido para assinar o cartaz, o logo e toda a programação visual desta edição é o animador brasileiro Alê Abreu, presença constante no Anima Mundi, onde também lançou seu primeiro longa-metragem, “O Garoto Cósmico”, em 2007.
EXPANSÃO PARA OUTRAS CIDADES DO PAÍS
Sendo um dos três maiores eventos de animação do mundo e o maior do hemisfério sul, o Anima Mundi já exibiu 5.927 filmes e levou quase 1 milhão de espectadores às salas de cinema, oficinas, debates e workshops que promoveu. O festival conta com o patrocínio da Petrobras há 13 anos, e também com o Banco do Brasil e a Oi.
O Anima Mundi surgiu no Rio de Janeiro e foi expandido para outras cidades do país. Segundo professor do Departamento de Cinema da Universidade Federal Fluminense (UFF), João Luiz Vieira, ‘’o Anima Mundi é um reflexo de que as coisas não surgem assim da noite para o dia: é talvez o mais visível resultado alcançado depois da implantação de um núcleo de animação que começou lá no Centro Técnico e Audiovisual da Funarte (CTAv), na Avenida Brasil, nos anos 1980, através de um convênio efetuado entre a extinta Empresa Brasileira de Filmes (Embrafilme) e os canadenses (do National Film Board, instituição também de excelência no campo da animação). Já são diversas gerações de artistas e realizadores em animação surgidos daquela iniciativa e a extrema popularidade desse evento anual parece atrair mais e mais interessados - e de todas as idades - para a expressão artística nesse gênero do audiovisual. Trata-se de um ótimo exemplo da eficácia de políticas públicas de incentivo à formação de quadros novos numa área onde o Rio sempre se destacou, que é a do cinema’’.