Publicação mostra a evolução da produção de leite no Estado do Rio

A evolução da produção de leite para 600 milhões de litros, as novas empresas que se instalaram no Estado e a legislação tributária que está permitindo a utilização de R$ 60 milhões em créditos do ICMS são os principais pontos destacados na publicação Diagnóstico da Cadeia Produtiva do Leite do Estado do Rio de Janeiro 2010.

A evolução da produção de leite para 600 milhões de litros, as novas empresas que se instalaram no Estado, como a Bom Gosto, a Leite Bom e a Laticínios Marília, e a legislação tributária que está permitindo a utilização de R$ 60 milhões em créditos do ICMS são os principais pontos destacados na publicação Diagnóstico da Cadeia Produtiva do Leite do Estado do Rio de Janeiro 2010 (baixe a versão PDF aqui), elaborado pela  Federação da Agricultura, Pecuária e Pesca no Estado do Rio de Janeiro (Faerj) e Sebrae-RJ. Foram entrevistados 300 produtores de leite no período de 12 a 24 de agosto de 2009, que apresentaram dados quantitativos e qualitativos.

Segundo o presidente da Faerj, Rodolfo Tavares, "a publicação é um instrumento científico de medição dos avanços na elevação da produção do estado para 1 bilhão de litros/ano. Todos estamos fazendo um grande esforço consolidado no campo tributário pela Alerj, pelo Sebrae-RJ, e também pela Organização da Cooperativas Brasileiras do Estado do Rio de Janeiro (OCB-RJ), Cooperativas Agropecuárias, Indústrias de Laticínios, Sindicatos Rurais e o Senar-RJ, na consolidação da tecnologia desenvolvida pela Embrapa – Pecuária de Leite Sudeste", afirma.

Os quatro municípios fluminenses que se destacam no levantamento em 2008 são Valença, Itaperuna, Campos dos Goytacazes e Barra Mansa, todos com produção superior a 20 milhões de litros. Dentre os citados, Itaperuna registra a maior produção, em 2008, com 30,9 milhões de litros. Em 2009, o capital médio investido na pecuária leiteira foi de R$ 233.643,17, variando de R$ 115.458,97 no estrato até 50 litros de leite por dia a R$ 1.018.382,04 no estrato acima de 400 litros. Entre os produtores entrevistados, predominavam os de pequena produção, visto que 54% produziam até 50 litros de leite por dia; 27% até 150 litros; e apenas 6,6% dos entrevistados, mais de 400 litros por dia.

As estruturas dos rebanhos dos produtores entrevistados no Rio, indicam uma baixa participação dos animais que efetivamente produzem renda – as vacas –, e elevada participação de outras categorias de animais que não contribuem, diretamente, com o aumento da renda.

REALIDADE DOS PRODUTORES

De acordo com a publicação, a idade média do produtor é de 54 anos, o que representa uma dificuldade na sucessão da atividade leiteira. Quanto à escolaridade, a média é de 7,67 anos. O estudo aponta que à medida que aumenta a escolaridade do produtor, aumenta também a produção de leite.

O número de filhos que trabalham na cidade é 50% maior do que o de filhos que trabalham no meio rural. O número médio de filhos, homens e mulheres, que trabalham na produção de leite é de 2,15 e dos que trabalham na cidade, de 3,22. Esses dados confirmam a tendência do êxodo rural que prevalece nas principais regiões do país. Quanto à residência do produtor, 69% dos entrevistados responderam que moram na propriedade rural, o que facilita a administração da empresa.

No que diz respeito à mão de obra permanente, a participação familiar é menor do que a contratada, na produção de leite: 125,87 dias/homem são de familiares e 308,92 de contratados. Observou-se, ainda, o aumento na participação dos entrevistados e de suas famílias em programas de capacitação, à medida que aumentava a produção de leite. Em outras palavras, os maiores produtores participavam mais de programas de capacitação. Dentre as mais citadas entidades que promoveram programas, estão o Senar-RJ (39%) e a Emater (24%).