Requalificação urbana do Centro Histórico do Rio de Janeiro através da sensibilização socioambiental dos empresários sobre a geração de resíduos, implantação da coleta seletiva de material reciclável nas empresas e a diminuição do lixo nas ruas são as principais metas do Projeto Rio Sustentável, que já conta com 40 empresas no processo de adesão, e 220 gestores e colaboradores sendo treinados. De acordo com o empresário responsável pelas casas Rio Scenarium, Mangue Seco e Santo Scenarium, Plínio Froes, o projeto tem sido muito importante para que as equipes entendam a importância da reciclagem dos resíduos gerados. "As instruções para seleção e manutenção destes resíduos foram absorvidas de tal forma que hoje recolhemos e doamos em média, 17 toneladas/mês de material para reciclagem. Além da questão ambiental, que hoje é muito debatida e divulgada pelos meios de comunicação, a reutilização dos resíduos recicláveis é um fator econômico e social bastante relevante para a sociedade".
O efeito do trabalho foi percebido pela responsável pela cozinha dos funcionários das casas, Sandra Santos Henriques. "As palestras do Projeto Rio Sustentável ajudaram os funcionários a perceberem, de forma mais clara, a importância de selecionar o resíduo que geram e agora está muito fácil ter cada um colocando no lugar adequado cada resíduo. Ou seja, colocam copos descartáveis, sobras de alimentos e papéis no lugar certo, cada um no lugar de cada um".
Criado pelo escritório de design Manifesto Visual, em parceria com o Pólo Novo Rio Antigo, do Sebrae-RJ, o Banco do Brasil e a Comlurb, o projeto deverá ser implantado de forma piloto no Centro do Rio, através dos Pólos Novo Rio Antigo e o da Praça XV. Posteriormente poderá ser replicado nos demais bairros do município. O objetivo é conquistar a adesão de 50 empresas, 480 gestores e 2.400 colaboradores. ‘’No que diz respeito à coleta seletiva, esperamos chegar a 140 toneladas de resíduo reciclável no sexto mês, gerando 46 postos de trabalho para triagem do resíduo, com acúmulo de 422 toneladas no ano de resíduo reciclável", diz a consultora da empresa Manifesto Visual e autora do projeto Rio Sustentável, Daniela Ribas.
CAMPANHAS DE CONSCIENTIZAÇÃO
O projeto está estruturado em três vertentes: campanha de conscientização dos empresários, funcionários e frequentadores do centro histórico; implantação de coleta seletiva de material reciclável na região para os grandes, médios e pequenos geradores, com doação deste material para Cooperativas de Reciclagem que atendem pessoas em situação de risco; e desenvolvimento de um cadastro de geradores e cooperativas atendidas para melhor organização e controle desta oferta.
A campanha de conscientização é voltada para a disseminação de informações relativas ao impacto ambiental do lixo, buscando mobilizar nos empresários, funcionários e frequentadores do Centro Histórico os sentimentos de afeto e apropriação do patrimônio histórico e cultural.
A coleta seletiva foi implantada, inicialmente, com o apoio da Comlurb, mas agora já está passando diretamente para as cooperativas.Todo material reciclável coletado é doado para Cooperativas de Catadores, que trabalham com pessoas em situação de risco. Paralelamente a isso, foi desenvolvido um Banco de Dados para gerenciamento do Cadastro de Geradores, que será baseado no site – www.riosustentavel.org - para que os envolvidos no projeto possam acessá-lo. Este sistema irá calcular e divulgar os resultados finais do Projeto Rio Sustentável.
O projeto possui o patrocínio do Banco do Brasil, da Eletrobrás, do Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes (SindRio) e, conta com o apoio do Sebrae-RJ e da Secretaria de Estado de Assistência e Desenvolvimento Social (SEDES).
RESULTADOS JÁ ALCANÇADOS
O Projeto Rio Sustentável iniciou sua implantação no dia 23 de janeiro de 2008. Desde então já foram coletadas, até o dia 30 de maio, 490 toneladas de resíduos recicláveis em três empresas da região, com média de 17 toneladas ao mês. Alguns dos resíduos foram doados para cooperativas, gerando postos de trabalho e renda para pessoas em situação de risco, além da economia de 40% na despesa com a coleta extraordinária em empresas do segmento de restaurante e casas de show.