Rumo a 2014 - Por Paulo Senise

Desde o início da Copa de 2010, todos os olhares do planeta se voltaram para a África do Sul. Este protagonismo, no entanto, tem data e hora para acabar – ou ao menos arrefecer: ao témino da grande final, o Brasil substitui o país africano, herdando as atenções do mundo, bem como das empresas que investem nessa lucrativa cadeia de negócios. Leia na íntegra.

Paulo Senise (*)

O jargão é batido, mas não menos verdadeiro. Não é exagero dizer que desde o início da Copa do Mundo de 2010, todos os olhares do planeta se voltaram para a África do Sul. Este protagonismo, no entanto, tem data e hora para acabar – ou ao menos arrefecer: a partir do momento em que o árbitro da grande final apitar o término da partida, o Brasil substitui o país africano, herdando as atenções do mundo, bem como das empresas que investem nessa lucrativa cadeia de negócios.

Em 80 anos de Copa do Mundo, o futebol acompanhou os avanços tecnológicos, sociais e econômicos, tornando-se uma paixão mundial e, acima de tudo, um negócio bilionário e globalizado. Os números que envolvem o esporte atualmente transcendem qualquer tipo de projeção idealizada por seus pioneiros, ganhando uma proporção econômica nunca antes experimentada. Só na Europa, segundo estudo da Comissão Europeia, o esporte movimenta atualmente cerca de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do Euro.

Com o desembarque da Copa do Mundo no Brasil em 2014, somos a bola da vez. Diversas oportunidades em toda a cadeia produtiva do futebol, que envolve diversos setores como têxtil, construção civil e turismo, pipocarão no País afora. O turismo, em especial, será um dos mercados mais beneficiados. A perspectiva é de que o número de visitantes internacionais para o Brasil poderá crescer 79% até a Copa, com o número de desembarques internacionais subindo em 2,98 milhões de pessoas até 2014.

Daqui da África do Sul já percebo a agitação em torno do Brasil e do Rio de Janeiro. A Copa de 2014 já começou e muito antes de seu pontapé inicial. No Botequim do Rio, ação que estamos desenvolvendo em parceria com a Riotur e Turisrio, o fluxo de pessoas é muito grande, especialmente de estrangeiros. Todos eles nos procuram para viver e sentir um pouco do clima que ofereceremos daqui a quatro anos. É bem verdade que contribuímos para deixá-los à vontade – trouxemos uma chef especializada em comida de botecos, além de um trio musical que toda noite comanda uma roda de samba e bossa nova – mas percebi que o interesse em cima do Brasil é gigantesco.

Com o Botequim do Rio, o turismo carioca deu mais um grande passo para aproveitar atrair cada vez mais turistas. Usamos o espaço como uma ótima plataforma de divulgação do Rio, em especial dos novos investimentos nas áreas de turismo e cultura previstos para os próximos anos, como o projeto do Porto Maravilha, que vai revitalizar a Zona Portuária, a reforma do Maracanã, o Museu do Amanhã e o Museu da Imagem e do Som (MIS), que ainda permaneciam desconhecidos do público. Preparamos o terreno para 2014, mas nosso objetivo é colher muito antes. A bola está com a gente. Precisamos apenas acertar o gol.

* Paulo Senise é superintendente do Rio Convention & Visitors Bureau