BID realiza estudo sobre produtividade econômica

Parte de uma série sobre desenvolvimento nas Américas, a publicação "A era da produtividade" oferece uma ampla análise sobre a produtividade na região e seu impacto no crescimento econômico, além de dar recomendações para a formulação de políticas para combater as causas da baixa produtividade. Saiba mais sobre o documento.

O Banco Interamericano de Desenvolvimento lançou recentemente a publicação "A era da produtividade - Como transformar as economias desde seus alicerces", parte da série Desenvolvimento nas Américas (DIA), o principal trabalho de pesquisa econômica do BID. O estudo oferece uma ampla análise sobre a produtividade na Região, seu impacto no crescimento econômico e dá recomendações para a formulação de políticas para combater as causas da baixa produtividade.

A instituição afirma que os baixos ganhos de produtividade são a principal razão para que as taxas de crescimento da maioria dos países da América Latina e do Caribe sejam inferiores tanto às de países desenvolvidos como de países similares na Ásia. A publicação se propõe a discutir o desenvolvimento econômico das Américas, analisando o conceito de produtividade e as políticas governamentais de fomento.

O documento examinou os ganhos e perdas de produtividade em relação aos Estados Unidos em uma amostra de 76 países, entre eles 17 da América Latina e Caribe.

O Chile foi o único país da região a aumentar sua produtividade em comparação com os Estados Unidos desde 1960. A produtividade do Brasil, o terceiro país com melhor desempenho na América Latina, declinou 2,5% quando comparada aos Estados Unidos no mesmo período.

PROJEÇÕES SOBRE CRESCIMENTO ECONÔMICO

Afastando-se da noção comum de que o crescimento da região é prejudicado pela insuficiência de investimentos, o estudo mostra que a América Latina e o Caribe poderiam acelerar fortemente seu crescimento econômico e diminuir a defasagem na renda per capita em relação às nações industrializadas por meio de políticas que promovessem um melhor uso dos recursos já existentes na economia, particularmente no setor de serviços.

Um país latino-americano típico poderia ter tido um aumento de 54% na renda per capita desde 1960 se sua produtividade tivesse crescido na mesma proporção que a do resto do mundo durante o período. A renda per capita nesse país seria quase o dobro se sua produtividade estivesse próxima de seu potencial total.

"As descobertas desse estudo indicam uma oportunidade única para que os países da região invistam em reformas e políticas que possam estimular a produtividade", disse a economista do BID Carmen Pagés, que coordenou o estudo.

"A região tem um grande potencial para aumentar drasticamente o crescimento econômico e a renda per capita por meio de, por exemplo, aumento do crédito, regimes tributários mais simples e mais bem distribuídos, custos mais baixos de transporte e uma política social mais bem elaborada para reduzir o emprego informal", acrescentou.

A produtividade também se beneficiaria fortemente de políticas orientadas ao fornecimento de bens públicos essenciais, como melhor infraestrutura e ambiente regulatório, além de medidas para estimular a inovação no setor privado, observou Pagés.

Pagés apresentou os resultados do estudo durante seminário na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN). O encontro (28/05) foi organizado pelo BID, a FIRJAN, a Fundação Getúlio Vargas e a Confederação Nacional das Indústrias.